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Respeitar liberdade religiosa é dar a cada confissão o que precisa

Fala o presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos

PAMPLONA, terça-feira, 20 de maio de 2008 (ZENIT.org).- Respeitar a liberdade religiosa é dar a cada confissão o que precisa, declara o presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, o arcebispo Francesco Coccopalmerio.

«A liberdade religiosa é respeitada quando a cada confissão se dá o que precisa para seu desenvolvimento social e quando isso se faz tendo presente a história e identidade de cada país», assinalou o representante vaticano.

O presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos participou nesta terça-feira, na Universidade de Navarra, de uma homenagem ao canonista Eloy Tejero, por ocasião de seu 70º aniversário, segundo informa um comunicado do centro educativo.

Dom Coccopalmerio assinalou que «nem todas as confissões religiosas, por exemplo, contribuem da mesma forma para o bem social na Espanha, na ordem assistencial, da educação dos jovens e, logicamente, do serviço religioso».

Sua intervenção aconteceu depois que os expoentes da Igreja Católica manifestaram sua preocupação diante do anúncio do governo espanhol de mudar a lei de liberdade religiosa.

Sobre as relações entre a Igreja o Estado, indicou que «há muitos temas que interessam a ambos, como a família, o ensino, a cultura da vida, etc., e nos quais Igreja e Estado devem trabalhar com senso de colaboração para o bem da sociedade. Os problemas surgem quando, por razões de ideologias, procura-se neutralizar a ação da Igreja, e quando se considera como negativa a sua influência para o bem da sociedade», assinalou.

Por último, do pontificado de Bento XVI comentou que «está na linha de continuidade com os pontificados anteriores». Desta forma, quis sublinhar «sua atenção pela legislação da Igreja e pelo ordenamento canônico».

14/5/2008
Igreja Católica diz que índios são "massacrados" em Roraima e merecem dignidade

Boa Vista (RR) - Líderes da Igreja Católica avaliam que há em Rondônia algo que não se configura como disputa por terras entre grupos que se equivalem. Eles são acusados por parte da sociedade do estado de manipular os índios favoráveis à demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua.

“Aqui é um massacre. Várias lideranças indígenas já foram assassinadas e tiveram malocas destruídas. E não há um fazendeiro que tenha sido atingido por flecha. Os indígenas não fabricaram bomba, não explodiram nada. O máximo que os índios fizeram foi trancar a estrada, o que os arrozeiros já cansaram de fazer”, afirmou dom Roque Paloschi, bispo da Diocese de Roraima, avisando não se tratar de conflito o impasse entre moradores na Raposa Serra do Sol. 

Segundo dom Roque, a igreja é vítima de acusações sem fundamento vindas de parte da  sociedade de Roraima : “O crime que cometemos aqui foi ajudar a promover a dignidade dos índios como sujeitos de sua própria história. Isso confessamos perante o Papa e as autoridades brasileiras. Não foi a Igreja que estabeleceu que os índios teriam direito à terra”.

A catedral de Boa Vista está pichada com mensagens ofensivas à igreja e ao governo federal. “Felizes os perseguidos por causa da justiça”, comenta o religioso. Sobre os autores da ação, o bispo desconversa: “Homens ilustres, de alto gabarito, não iriam fazer isso. Deve ser coisa de algum moleque”.

O padre Vanthuy Neto nega que o gado trabalhado pelas comunidades indígenas pertença à igreja. Segundo ele, a igreja ajudou, de fato, os índios a formar o rebanho bovino em movimentos da década de 70, mas com fins solidários: “Uma comunidade recebia 50 vacas e dois touros e depois de um tempo tinha que devolver o mesmo número a outra comunidade”. Outra contribuição da Igreja aos índios, destaca o padre, foi a construção de hospitais e, ainda hoje, a manutenção de postos médicos, em que índias aprendem técnicas de enfermagem.

O posicionamento crítico da Igreja Católica à situação de Raposa Serra do Sol, ressaltou dom Roque, já era expresso por missionários que estiveram na região há quase 100 anos: “Em 1911 eles enviaram carta a ministros denunciando uma relação de exploração e escravidão existente entre fazendeiros e índios”. 

As afirmações - vindas de arrozeiros e políticos - de que missionários da Igreja Católica na Raposa Serra do Sol estariam a serviço dos interesses de organizações não-governamentais internacionais são respondidas pelo bispo com um desafio: “Se há um missionário procedendo inadequadamente, isso é crime, deve ser denunciado e não apenas falado em entrevistas. Todas as nossas atividades não se fazem na calada da noite. Tem que agir judicialmente”.

Marco Antônio Soalheiro
Enviado Especial  


Agência Brasil

Juristas catalães chamam projeto de Lei de Culto de «disparate jurídico»

Poderá atentar contra a liberdade religiosa

Por Miriam Díez i Bosch BARCELONA, quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- A junta diretora de Juristas Cristãos da Catalunha (Juristes Cristians de Catalunya) considera que o projeto de Lei de Cultos em trâmite no Parlamento da Generalitat é preocupante e o chamam de «disparate jurídico». Em 6 de fevereiro passado, o Parlamento Catalão iniciou os trâmites parlamentares prévios à aprovação da denominada Lei de Centros de Culto referido ao estabelecimento de lugares de culto ou reunião com fins religiosos. Os bispos catalães já manifestaram sua preocupação por esta medida, pois poderá afetar a liberdade religiosa, concretamente a liberdade de culto.

«O projeto é certamente grave. Não tanto por sua aplicação direta, mas pelo desenvolvimento regulamentar que se possa produzir depois», explicou à Zenit o vice-presidente dos Juristas Cristãos da Catalunha, o advogado Jorge Carreras del Rincón. Jorge Carreras del Rincón, professor de Direito Processual na Universidade Internacional da Catalunha (UIC), assegura que «o que é grave nesta Lei, de maneira imediata, é, a meu juízo, o princípio que a sustenta. Trata-se de uma Lei que se refere em exclusividade aos centros de culto, e que não tem comparação com nenhum outro país da Europa, se não me engano, com exceção talvez da França, onde acho que os centros de culto são todos públicos».

«Em todo caso, efetivamente o projeto é muito preocupante, e pode ter efeitos retroativos sobre as igrejas e centros de culto que já existem», revela este advogado. «Nossa associação incita o Governo da Generalitat a retirar o projeto e a manifestar com toda clareza e de maneira rotunda, com atos políticos e administrativos inequívocos, seu respeito ao direito fundamental à liberdade religiosa», solicitam.

«Incitamos finalmente as entidades públicas a que manifestem sua oposição frente a este projeto e exijam do Governo da Generalitat que respeite o direito, que fuja de sectarismos de todo tipo e sirva a todos os cidadãos da Catalunha por igual, sem discriminações de nenhum tipo, e com respeito aos direitos do homem reconhecidos pela Constituição Espanhola e pelo Estatuto da Catalunha.»Os juristas cristãos se uniram para «defender no mundo do direito uma concepção cristã do homem, partindo da doutrina social da Igreja Católica».

A associação de juristas oferece notícias e documentos em: http://www.juristescristians.org/cream/

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Argélia: sacerdote católico condenado por rezar

O Pe. Pierre Wallez, primeira vítima da nova lei de culto

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- Um sacerdote católico foi condenado pelo tribunal de Oran, a 400 quilômetros de Argel, a um ano de prisão, por ter «dirigido uma cerimônia religiosa em um lugar que não foi reconhecido pelo governo». 

O Pe. Pierre Wallez é a primeira vítima da lei aprovada em março de 2006 «sobre o exercício das práticas de culto não-muçulmano», neste país norte-africano de 33 milhões de habitantes, e 99% de muçulmanos.

Falando aos microfones da «Rádio Vaticano», o arcebispo de Argel, Dom Henri Antoine Marie Teissier, explicou que «o mais surpreendente é que a condenação foi emitida simplesmente porque o sacerdote visitou um grupo de cristãos do Camarões. Não havia celebrado missa, mas só recitou uma oração junto com eles. Era 29 de dezembro, pouco depois do Natal».

O prelado declara que não se aplicou a condenação do ano de prisão contra o sacerdote, pois o tribunal decidiu aplicar o estado de liberdade condicional.

«Obviamente, todos nós estamos muito consternados pela decisão que se tomou contra nosso irmão», confessa o arcebispo.

Segundo informa o jornal Avvenire, junto ao Pe. Wallez (de origem francesa) também foi condenado a uma pena mais dura (dois anos sem liberdade condicional) um jovem médico muçulmano, por ter utilizado medicamentos «pagos pela Cáritas», afirmam fontes do arcebispado de Argel.

«Rejeitam sistematicamente os vistos de entrada para nossos hóspedes – declara o arcebispado – e em novembro se retirou a permissão de residência a quatro jovens sacerdotes brasileiros que trabalhavam com os imigrantes africanos de língua portuguesa.»

Na Argélia, o Islã é a religião de Estado, e a liberdade de culto está garantida pela Constituição. A nova lei de culto buscava sobretudo controlar grupos proselitistas evangélicos clandestinos que, como explica Dom Tessier, «fizeram um pouco de barulho pela conversão de alguns fiéis».

A lei, composta de 17 artigos, proíbe o exercício do culto islâmico fora dos edifícios aprovados pelas autoridades.

Um artigo prevê uma multa entre 500 mil e 1 milhão de dinares (de 5 a 10 mil euros) e entre 2 e cinco 5 de prisão contra «quem mude a função originária dos lugares de culto» ou «incite, obrigue ou utilize métodos persuasivos para fazer um muçulmano abraçar outra religião».

As mesmas penas se aplicam também contra quem «produz, armazena ou distribui publicações ou material em áudio e vídeo, ou outros meios orientados a minar a fé islâmica».

Novos atentados com carro-bomba contra igrejas no Iraque

Nesta quarta-feira, os alvos foram as igrejas de Kirkuk

BAGDÁ, quarta-feira, 9 de janeiro de 2008 (ZENIT.org).- Três carros-bomba estouraram contra igrejas católicas na tarde desta quarta-feira, na cidade iraquiana de Kirkuk.

Os atentados aconteceram depois de que no domingo passado foram atacadas, com o mesmo procedimento, seis igrejas e conventos em Bagdá e Mosul.

Segundo informou a agência Ankawa.com, os ataques atingiram a catedral caldéia do Sagrado Coração em Kirkuk, e a igreja de Santo Efrém dos sírio-católicos.

A agência AsiaNews informa que se perpetrou um terceiro atentado contra outra igreja, que ao encerramento desta edição não havia sido identificada.

Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro do Iraque, Nouri Al Maliki, teve um encontro com o núncio apostólico no Iraque, o arcebispo Francis Assisi Chulikat, no qual condenou os ataques terroristas contra lugares de culto cristãos do domingo e assegurou que se os responsáveis seriam capturados.

Os atentados foram também condenados pelo vice-primeiro-ministro sunita, Tariq Al Hashemi.

Intolerância religiosa, problema internacional, denuncia Vaticano

Na reunião da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa

MADRI, terça-feira, 4 de dezembro de 2007 (ZENIT.org).- A Santa Sé considera que a intolerância religiosa converteu-se em um problema de primeira ordem no cenário internacional.Foi o que constatou o arcebispo Dominique Mamberti, secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, ao intervir perante o Conselho ministerial da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que se celebrou em Madri, de 29 a 30 de novembro.

O «ministro» de Assuntos Exteriores do Papa explicou que para promover a dignidade humana de maneira integral, a OSCE tem de combater «de maneira efetiva e eficaz a discriminação e a intolerância para com os cristãos, judeus, muçulmanos e os membros de outras religiões».«Esta questão converteu-se em um importante problema político e de segurança – afirmou Dom Mamberti –. A discriminação religiosa só se pode enfrentar com eficácia se todas as religiões forem igualmente respeitadas e protegidas».

O prelado constatou que recentemente «o Parlamento Europeu adotou uma resolução sobre os graves episódios que põem em perigo a existência das comunidades cristãs e de outras comunidades religiosas».«Os cristãos, de fato, continuam sendo vítimas de preconceitos, estereótipos, discriminação e violência – denunciou –. Ignorar esses problemas não pode ser uma opção».«Não podemos nos esconder detrás do princípio do ‘consenso’ para evitar atuar de modo efetivo, nem podemos contentar-nos com advertências genéricas», assinalou.

«Mas esse consenso deve ser um estímulo para proteger as liberdades fundamentais e, acima de tudo, a liberdade religiosa de todos os crentes e de cada comunidade religiosa».A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa está formada atualmente por 56 Estados participantes, não só da Europa (incluindo a Federação Russa e todos os países da União Européia), mas também da Ásia Central e da América do Norte (Canadá e Estados Unidos).A presidência é exercida em 2007 pela Espanha, enquanto que esta função será desempenhada pela Finlândia em 2008.

Parlamento Europeu condena atentados contra cristãos

Entidade condicionará as ajudas aos países ao respeito das liberdades religiosas

ESTRASBURGO, terça-feira, 20 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Com uma resolução aprovada em 15 de novembro passado, o Parlamento Europeu condenou os recentes atentados contra comunidades cristãs e pediu aos Governos dos países implicados que tutelem os direitos de todos os cidadãos e combatam os atos de discriminação e intolerância. Também condicionará suas ajudas aos países ao respeito a esta liberdade fundamental.

O texto da resolução sobre os «Graves episódios que comprometem a existência das comunidades cristãs e de outras comunidades religiosas» foi proposto pelo Partido Popular Europeu (PPE) e conseguiu um acordo, após longas negociações, com os grupos Partido Socialista Europeu, a Aliança dos Liberais Democratas Europeus (coalizão ALDE), a União pela Europa das Nações (UEN), e Esquerda Unitária Européia (GUE).
O documento cita casos concretos de intimidações, seqüestros e assassinatos que aconteceram no Iraque, assaltos e igrejas cristãs, o assassinato de um bispo protestante e a bomba contra uma escola dirigida por missionários no Paquistão; o assassinato do dono de uma livraria cristã em Gaza e o assassinato de dois jovens coptos no Egito.

Também deplora o seqüestro nas Filipinas do Pe. Giancarlo Bossi, condena o assassinato do jornalista Hrant Dink, do sacerdote Andrea Santoro, e de três cristãos na editora Zirve, na Turquia.

Sublinha também a gravidade da situação da liberdade de expressão na China, com as detenções de fiéis e bispos católicos; põe o acento nas perseguições atuais no Sudão, e evoca a «forte repressão» contra a Igreja Católica no Vietnã, contra as comunidades dos ‘montgnard’ (cristãos do altiplano) e contra outras religiões.
Em algumas declarações enviadas à Zenit, Mario Mauro, vice-presidente do Parlamento Europeu e principal promotor da resolução, afirma que «a liberdade religiosa é o elemento-chave para revelar o respeito de todas as outras liberdades e direitos humanos».

«A perseguição dos cristãos no mundo – acrescenta – é um dos maiores desafios contemporâneos à dignidade da pessoa.»
«Por este motivo, pela primeira vez em sua história, o Parlamento expressou uma ‘forte condenação’ de ‘todos os atos de violência contra as comunidades cristãs, onde quer que se dêem’ e pede aos governos implicados de que entreguem à justiça quem se mancha com tais crimes», acrescenta.

«Como testifica o assassinato em Gaza de Rami Khader Ayyad, estas são só as pontas de processos mais longos e soterrados que se estão dando na Palestina, no Líbano e em outras áreas da região, onde as comunidades cristãs, obrigadas à marginalização, vão se reduzindo até correr o risco de sua extinção», explica o parlamentar europeu.
Na resolução, expressa-se preocupação pelo êxodo dos cristãos no Iraque e se sublinha o fato de que «em 2006, cerca de 24% dos 38.000 iraquianos registrados pelo Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Síria, eram cristãos, e de que a grande parte dos desalojados internos no Iraque – que são mais de dois milhões – pertence a minorias cristãs dirigidas em sua maior parte para Nínive».

O documento recorda também que a União Européia «se expressou repetidas vezes em favor dos direitos das comunidades religiosas e da proteção de sua identidade, em qualquer parte do mundo, assim como em favor do reconhecimento e da proteção das minorias religiosas, sem distinções».
Preocupado pelo multiplicar-se de episódios de intolerância e de repressão contra as comunidades cristãs na África, Ásia e Oriente Médio, o Parlamento Europeu reafirma a defesa «dos princípios de liberdade de pensamento, de consciência, de religião e de livre culto».
Sublinha-se portanto «a laicidade do Estado e de suas instituições públicas» e lhes recorda o dever «de garantir tais liberdades, compreendida a de mudar de religião».

A resolução sustenta depois «a importância do diálogo entre religiões para promover a paz e a compreensão entre os povos» e chama os líderes religiosos ao compromisso de opor-se aos «extremismos e promover o respeito recíproco».
Deste modo, o Parlamento Europeu volta a sustentar «com convicção todas as iniciativas de promoção do diálogo e respeito recíproco entre as religiões» e convida «todas as autoridades religiosas a promover a tolerância e a assumir iniciativas contra o ódio, a radicalização violenta e o extremismo».

«Graças ao voto – comenta Mario Mauro –, de agora em diante a Comissão Européia deverá prestar uma maior atenção a que cada elaboração e implementação de programas de cooperação e ajuda ao desenvolvimento se conceda só se respeitar o princípio de uma verdadeira liberdade religiosa.»
«A Europa, sempre em primeira fila na defesa dos direitos das minorias, não pode continuar ignorando o crescente extermínio de tantos cristãos», acrescenta.
«Hoje, o Parlamento Europeu deu um grande sinal de disponibilidade política e cultural, desmarcando-se desse integrismo laicista do qual a Europa é cada vez mais freqüentemente acusada», conclui.

Cresce perseguição a cristãos norte-coreanos

Adverte o padre Vito del Prete, secretário-geral da Pontifícia União Missionária

ROMA, quarta-feira, 7 de novembro de 2007 (ZENIT.org).- Em meio a uma população provada pela fome e a carestia, os cristãos da Coréia do Norte seguem sofrendo «uma dura perseguição que parece acirrar cada vez mais», afirma o secretário-geral da Pontifícia União Missionária (PUM).

Sacerdote do Pontifício Instituto de Missões Exteriores (PIME), o padre Vito del Prete aprofunda na importância da intenção missionária de novembro, pela qual o Papa reza e pede oração: «Para que na Península Coreana cresça o espírito de reconciliação e de paz».

Em um processo tal «os cristãos coreanos têm um grande papel a desempenhar», observa o sacerdote em seu comentário – difundido essa terça-feira pela Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos, através de seu órgão informativo «Fides» –, em que contextualiza o conflito.

Resultado da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia, a península coreana está dividida entre Norte e Sul, «duas nações muito diferentes e por longo tempo hostis» – recorda o sacerdote –, uma «comunista e filo-chinesa», outra «capitalista e filo-americana».

Após a derrota do império japonês em 1945, a península separou-se em uma área de ocupação soviética – ao norte do paralelo 38 – e uma área de ocupação norte-americana – ao sul do paralelo 38 – que estão ainda formalmente em estado de guerra.

O padre del Prele situa uma primeira aproximação entre Coréia do Norte e do Sul no ano 2000, quando foi acolhido em Pyongyang o presidente sul-coreano Roh Moo-hyun por seu colega norte-coreano Kim Jong Il. Suscitaram-se grandes esperanças por uma reconciliação nacional.

«Inclusive alguns jornais escreveram que se havia instaurado a paz entre Coréia do Norte e do Sul. De fato, para todos os efeitos, constituem um único país – aponta o missionário do PIME. A população se considera coreana, a língua falada se considera simplesmente língua coreana e ambos Estados afirmam representar toda Coréia».

«Lamentavelmente, aqueles sinais de esperança parecem fraturados por muitos motivos, especialmente pela vontade da Coréia do Norte de dotar-se de armas nucleares», denuncia.

Contudo, «ultimamente o abandono do projeto nuclear contribuiu a reanimar o processo de paz e de reconciliação, possível somente – indica – se as duas Coréias antepuserem a seus interesses particulares o bem das respectivas populações, reconhecendo e respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana».

É aqui onde adverte o grande papel que têm de desempenhar os cristãos coreanos: «estão chamados a anunciar a unidade da família de Deus e a trabalhar pela reconciliação e a unidade desta população dividida e em conflito».

Considera que os cristãos sul-coreanos, «uma forte minoria religiosa», são chamados a «evangelizar as estruturas político-sociais e econômicas, e ser como Igreja sinal eficaz de comunhão».

Devem «introduzir nas raízes de sua sociedade os valores evangélicos de solidariedade, de não-violência, de perdão» – acrescenta –, «devem superar as divisões».

Os cristãos do Norte estão ainda sujeitos a uma dura perseguição, que parece acirrar cada vez mais – alerta. Quem pode, foge para a China. Além disso, toda a população sofre com a fome, não pode desfrutar de estruturas sanitárias e está submetida à opressão de um regime totalitário no qual se negam os direitos humanos fundamentais».

Consciente de que «como discípulos de Cristo devemos ser solidários e compartilhar as alegrias, as esperanças, as dores e as angústias dos homens, nossos irmãos, onde quer que estejam», o padre del Prete exorta à oração «para que o Senhor transforme o coração dos responsáveis pelas duas Coréias».

E assim estes «prossigam no esforço de encontrar os caminhos de reconciliação e de paz, e voltem a ser um só povo livre», conclui.


Santa Sé: Liberdade religiosa, garantia para paz

Mensagem de Dom Frontiero, de «Justiça e Paz»

ROMA, sexta-feira, 19 de outubro de 2007 (ZENIT.org).- A liberdade religiosa, a tolerância e a não-discriminação são elementos-chave para construir um novo futuro para a humanidade.

É a mensagem lançada por Dom Anthony Frontiero, funcionário do Conselho Pontifício «Justiça e Paz», em sua intervenção na reunião anual sobre os compromissos assumidos em matéria de direitos humanos, na qual participaram os 56 Estados da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Dom Frontiero representou a Santa Sé durante o evento, em Varsóvia, de 24 de setembro a 5 de outubro passado.

Em sua intervenção de 25 de setembro, sobre o tema da tolerância e não-discriminação, recordou que a Santa Sé dá as boas-vindas ao novo site sobre as discriminações contra os cristãos, que a Sala para as Instituições Democráticas e os Direitos Humanos da OSCE inscreveu recentemente no Sistema de Informação sobre Tolerância e Não-Discriminação (TANDIS).

O representante vaticano assegurou que a Santa Sé «fará o que lhe corresponde» «para seguir e atualizar este novo e importante recurso na luta contra a discriminação dos cristãos».

Neste sentido, exortou a OSCE a seguir expressando sua preocupação pela questão «de modo claro e concreto, também controlando e oferecendo dados sobre casos de discriminação e intolerância contra os cristãos e promovendo futuros foros para enfrentar o problema entre os Estados», membros do organismo.

A delegação vaticana está preocupada pelas violações flagrantes e muito freqüentes da liberdade de religião na região da OSCE, revelou Dom Frontiero.

Apesar das decisões adotadas por quem participa, de assegurar e promover a liberdade do indivíduo, de professar e praticar uma religião ou um credo, sozinho ou em comunhão com outros, mediante leis, normas, práticas e políticas transparentes e não-discriminatórias, «a realização deste compromisso não aconteceu ainda», denunciou.

Entre os exemplos recentes de violações que recordou, está «a inaceitável intolerância demonstrada em um país da OSCE, no qual há alguns meses, três cristãos foram brutalmente assassinados; a condenação e, em muitos casos, a prisão de pessoas de minorias religiosas ‘não-autorizadas’, por ‘atividades religiosas ilegais’, porque os crentes rezam ou vão à igreja; restrições à liberdade religiosa, introduzidas pelo Estado, inclusive as de atividade missionária».

Episódios como estes, sustenta, ameaçam «desmantelar os progressos realizados até agora na promoção da tolerância e a não-discriminação».

Dom Frontiero declarou que «apesar da existência de diferenças entre as diversas culturas, algo que não pode ser admitido é o cultivo de sementes de hostilidade e violência contra outros seres humanos».

Dado que muitos na sociedade atual negam a existência de uma natureza humana específica, «é necessário clareza ao respeito, para que uma visão frágil da pessoa não abra a porta a imposições autoritárias, deixando as pessoas indefesas e tornando-as alvo fácil de opressão violência».

«Uma verdadeira comunidade humana na qual as pessoas possam conviver em paz e segurança pressupõe respeito aos direitos humanos». Se estes se baseiam em um falso conceito de pessoa, acrescentou, não podem promover e salvaguardar uma sociedade construída no respeito e na compreensão recíprocos.

Por este motivo, «a verdade objetiva sobre a dignidade da pessoa humana, criada por Deus, e os direitos e os conseguintes deveres e responsabilidades que se derivam desta dignidade, devem ser a base de toda autêntica discussão sobre qualquer questão que a família humana enfrenta».

«Sem uma clara e forte consciência de quem somos como pessoas, será cada vez mais fácil afirmar que algumas pessoas são dignas de respeito e outras não; algumas têm o direito à vida, à liberdade, ao credo religioso e outras não.»

A dignidade da pessoa e a natureza da busca de Deus, afirmou Dom Frontiero em sua intervenção de 26 de setembro, exigem que «todas as pessoas sejam livres de qualquer constrição no campo da religião».

A Santa Sé sustenta que «o direito à liberdade religiosa deveria fazer parte do ordenamento jurídico e ser reconhecido como direito civil».

As principais religiões do mundo, inclusive o cristianismo, «estão promovendo a paz e a justiça como dimensões essenciais de seu compromisso religioso», recordou.

Homens e mulheres comprometidos nestas realidades «reconhecem um vínculo intrínseco entre sua fé religiosa e a ativa preocupação pelo bem-estar da sociedade», prova de ter «no horizonte uma solidariedade universal».

«A religião continuará servindo como parte significativa, substancial e positiva na busca de um novo futuro – concluiu. Ao serviço da paz, dos direitos humanos e da justiça social, será eficaz sempre que acolher a inspiração do Espírito Santo for fiel a seus valores mais profundos.»

Papa aprova ordenação de dois bispos na China Continental

Para Guiyang e Pequim

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 21 de setembro de 2007 (ZENIT.org).- Bento XVI aprovou a ordenação episcopal de dois novos bispos para as dioceses chinesas de Guiyang e Pequim.
O sacerdote Paolo Xiao Zejiang foi ordenado arcebispo coadjutor de Guiyang (Kweyang), na província de Guizhou, em 8 de setembro passado, festa da Natividade da Virgem Maria.
Nesta sexta-feira, festividade de São Mateus Apóstolo e Evangelista, o sacerdote Giuseppe Li Shan foi ordenado arcebispo de Pequim.
Centenas de fiéis participaram das ordenações episcopais dos dois sacerdotes, que haviam sido indicados à Santa Sé pelas respectivas comunidades católicas locais como candidatos dignos e idôneos, segundo aponta em uma crônica «L’Osservatore Romano», diário oficioso do Vaticano.
Quem presidiu a ordenação de Dom Xiao – como principal ordenante – foi o arcebispo de Guiyang, Dom Aniceto Wang Chongyi, ajudado por Dom Luigi Yu Runshen e Dom Paolo He Zeqing, respectivamente bispo de Hangzhong (Hanchung) e auxiliar de Wanxian (Wanhsien).
Em Pequim, a cerimônia de ordenação de Dom Li foi presidida por Dom Giovanni Fang Xingyao, bispo de Linyi (Ichow), ajudado por Dom Pietro Fang Jianping, de Yongping (Tangshan) e por Dom Paolo Pei Junmin de Shenyang (Mukden).

Os citados prelados ordenantes estão em comunhão com o Papa e estão reconhecidos pelo governo, lê-se na crônica do diário vaticano.
«As comunidades católicas de Guiyang e de Pequim, ao ter notícia da comunhão concedida pelo Papa a Dom Xiao e a Dom Li reuniram-se em festa em torno dos novos pastores, enquanto suscitou pesar a participação, no rito sacramental, de um bispo que não está em comunhão com a Santa Sé», acrescenta.
O diário difunde o «desejo de que todas as dioceses possam ter pastores dignos e idôneos, capazes de viver em plena comunhão com a Igreja Católica e com o sucessor de Pedro, e de anunciar o Evangelho de Jesus Cristo ao povo chinês».
Católicos da China e de todo o mundo rezam – assegura – para que se torne realidade o que o Papa expressa em sua recente carta à Igreja na China: que mediante um diálogo respeitoso e aberto entre a Santa Sé e os Bispos chineses, por um lado, e as Autoridades governamentais, por outro, possam ser superadas as dificuldades e se chegue assim a um acordo proveitoso em favor da comunidade católica e da convivência social (n. 12).

Estudantes católicas obrigadas a usar o véu islâmico na Indonésia - 20/09/2007 - 10:27

Uma denúncia realizada por uma família católica de Padang, em Sumatra, revela que os professores de uma escola estatal pediram às estudantes católicas que usassem o véu islâmico durante as aulas. O pai das meninas, Stefanus Prayog Ismu Rahardi, declarou que as filhas sentem-se num ambiente de hostilidade ao catolicismo. "É a primeira vez que acontece, e minhas filhas estão assustadas. Eu procurei fazer com que elas vissem o véu simplesmente como um acessório a mais para vestir, mas elas entendem claramente que o problema vai muito além da estética" _ afirmou.
É crescente o número de localidades, em Sumatra, que baseiam suas normas na lei islâmica, a xariá. As normativas, que deveriam ser aplicadas somente aos cidadãos islâmicos, estão sendo impostas inclusive às famílias não-muçulmanas.
O católico Boniface Bakti Siregar, funcionário do Ministério dos Assuntos Religiosos de Padang, denuncia que essas imposições têm um forte impacto psicológico, sobretudo sobre os estudantes não-muçulmanos.
Na Indonésia, desde que vigora a autonomia regional, 22 municípios adotaram leis inspiradas na xariá, que criminalizam jogos de azar e alcoolismo, e restringem a liberdade das mulheres. A falta de constitucionalidade dessas leis é discutível, mas cabe aos poderes regionais a tarefa de julgá-las.
Cresce na Indonésia, o número de intelectuais e líderes religiosos que se dedicam a conter o crescimento do fanatismo e do extremismo islâmico

Liberdade religiosa é «ponte» entre demais direitos humanos, recorda Santa Sé

Intervenção do arcebispo Tomasi no Conselho para os Direitos Humanos

GENEBRA, terça-feira, 18 de setembro de 2007 (ZENIT.org).- Por sua natureza, a liberdade religiosa é «ponte» entre as distintas categorias dos direitos humanos, recorda o arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé ante a Sala das Nações Unidas e outras Organizações Internacionais em Genebra.
Contudo, «nos debates atuais existe uma difundida percepção de que a comunidade internacional deve enfrentar a difícil tarefa de equilibrar liberdade religiosa, liberdade de expressão, respeito das crenças e das convicções religiosas e não-religiosas, difamação da religião e dos membros de uma religião», constatou o prelado ao intervir – na sexta-feira passada – em Genebra, na VI sessão do Conselho para os Direitos Humanos.
Contudo, o desenvolvimento da proteção e da promoção de todos os direitos humanos fundamentais «mostra que a liberdade religiosa pode servir como elemento de síntese, como ponte entre as diversas categorias de direitos humanos», advertiu.
«A profissão de uma religião em público ou em particular é de fato uma liberdade que pertence não só ao terreno dos direitos civis e políticos – e portanto ligada à liberdade de pensamento, de expressão e de culto –, mas também ao dos direitos econômicos, sociais e culturais», afirmou.
Um vínculo desse tipo se evidencia – prosseguiu – «na capacidade de auto-organização das religiões, na ação caritativa dos membros das comunidades de fé e nas formas de solidariedade levadas adiante pelas instituições religiosas nos setores da saúde, da educação e da formação».
«Mais ainda: a presença e a influência das principais religiões do mundo também foi freqüentemente um meio para transcender as limitações subjetivas da ordem jurídica positivista com normas morais objetivas que servem ao bem comum de toda a humanidade», recordou Dom Tomasi.
De acordo com o delegado da Santa Sé, reconhecer à liberdade religiosa o papel de garantia da inter-relação entre os diversos direitos fundamentais significa que «os poderes públicos deveriam trabalhar de forma que a profissão de uma religião não limite os direitos civis ou a participação política e institucional, nem seja jamais utilizada para negar os direitos econômicos, sociais e culturais a indivíduos ou comunidades».
«Os princípios e as regras para a defesa dos direitos fundamentais, que também através da ação do Conselho para os Direitos Humanos e de seus esforços de propor procedimentos e mecanismos justos, estão em um processo de consolidação como patrimônio da comunidade internacional e dos distintos países, mostram que não existe contraste entre a liberdade religiosa e a liberdade de expressão: ambas pertencem a essas faculdades intelectuais próprias da pessoa humana, a sua ação na esfera privada e pública», apontou.
De acordo com o prelado, este é o marco em que o Conselho tem o desafio de «considerar as petições que hoje exortam a regular o fenômeno religioso frente a casos de discriminação e de verdadeira difamação das religiões e dos membros de uma religião».
Tais pedidos «mostram que a ação internacional, junto às iniciativas internas dos Estados, está chamada a garantir um adequado equilíbrio no exercício desses dois direitos, reconhecendo que a liberdade de expressar um credo religioso, quando existe autenticidade, assume uma função pública – precisou: contribui à coesão social e portanto à vida pacífica de todos, minorias e maiorias, crentes e não-crentes, dentro de um mesmo país».
O contexto social e político apropriado para promover e defender todos os direitos humanos, «inclusive a profissão de uma religião ou mudar desta, inclusive sua rejeição», implica «a aceitação de que os direitos humanos estão vinculados e que os padrões internacionais deveriam traduzir-se em disposições nacionais jurídicas e legais para o benefício, a proteção e a liberdade de toda pessoa», concluiu.

Restritiva lei anticonversão em vigor no estado indiano de Chhattisgarh

 

RAIPUR, sexta-feira, 14 de setembro de 2007 (ZENIT.org).- E.S.L. Narasimhan, governador do estado centro-oriental da Índia, Chhattisgarh, deu luz verde à lei anticonversão que havia sido aprovada cerca de um ano atrás pelo parlamento local, controlado pelo partido nacionalista e fundamentalista hindu Bharatiya Janata Party (BJP).
Entrou assim em vigor uma normativa que se conta entre as mais estritas enquanto à liberdade de consciência no país, sobretudo para os fiéis das minorias religiosas, adverte esta sexta-feira o órgão informativo da Congregação vaticana para a Evangelização dos Povos, «Fides».
Informa de que, opondo-se à medida, a Igreja Católica contestou esta lei, qualificando-a de anticonstitucional.
Quem compartilha esta postura é o Partido do Congresso, da oposição no Parlamento do citado estado, e numerosas associações civis que trabalham na defesa dos direitos humanos.
De acordo com a disposição – «Chhattisgarh Freedom of Religion Act 2006» –, para mudar de religião é preciso pedir permissão a um magistrado local com trinta dias de antecedência.

As sanções que a normativa prevê oscilam de uma multa de 20 mil rúpias a três anos de cadeia para os cidadãos considerados culpados de «conversões forçadas».
A exceção a esta norma se refere aos que, tendo-se convertido previamente, pretendam retornar a seu credo de origem.
Desta forma, as disposições dão licitude às cerimônias que os ativistas hindus organizam no marco do programa «Ghar Vapasi» («Volta para casa»), que celebrar «reconversões» ao hinduísmo de grupos de dalit cristãos, freqüentemente vítimas de ameaças.
A população total de Chhattisgarh é de aproximadamente 270 milhões de habitantes, dos quais 400 mil são cristãos – deles, 320 mil católicos.

Tragédia de Darfur e liberdade religiosa, na audiência do Papa com presidente do Sudão

Celebrada em Castel Gandolfo

CASTEL GANDOLFO, sexta-feira, 16 de setembro de 2007 (ZENIT.org).- Darfur, sinônimo da pior tragédia humana do planeta, foi protagonista da audiência que o Papa concedeu nesta manhã ao presidente do país africano, Omar Hassan Ahmed El-Bashir, em Castel Gandolfo.
Sucessivamente, El-Bashir foi recebido pelo arcebispo Dominique Mamberti, secretário para as relações com os Estados e até o ano passado núncio apostólico em Cartum.
Após o acordo de paz de 2005, o Sudão começou a sair de duas décadas de guerra civil motivada pela islamização formada do país. Morreram dois milhões de pessoas e muitas outras ficaram desabrigadas.
Há quatro anos, começou na região de Darfur a perseguição contra a população local africana, por parte de milícias armadas de origem árabe. O resultado: pelo menos 200 mil mortos e dois milhões de refugiados, cuja sobrevivência é um desafio diário.

No centro das conversas desta sexta-feira esteve a situação política e religiosa do país, com particular atenção aos Acordos de paz e à situação de Darfur, confirma uma nota difundida pela Sala de Imprensa vaticana.
A Santa Sé expressou às autoridades sudanesas seu vivo desejo pelo êxito das negociações de paz – convocadas em 27 de outubro na Líbia – sobre Darfur, a fim de que termine o sofrimento e a insegurança entre as populações dessa região, para que lhes seja assegurada a assistência humanitária à qual tem direito e para que se empreendam projetos de desenvolvimento.
O porta-voz da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, afirmou o clima respeitoso do encontro, o grande empenho por parte do Sudão nessa reunião e a intenção da delegação sudanesa de demonstrar grande atenção e respeito pelo Vaticano.
Quinze pessoas formaram a delegação que acompanhou El-Bashir: os ministros de Exteriores e de Assuntos Religiosos, outros quatro titulares e parlamentares. Junto a eles, ao menos um representante cristão.

A defesa da vida e da família, o respeito e a promoção dos direitos humanos, como o fundamental da liberdade religiosa, foram também temas de interesse comum tratados na reunião de Castel Gandolfo.
A Santa Sé confirma que se falou da importância do diálogo inter-religioso e da colaboração entre todos os crentes de todas as religiões, em particular entre cristãos e muçulmanos, para a promoção da paz e do bem comum.
Neste contexto, sublinhou-se a positiva contribuição da Igreja Católica e de suas instituições na vida da sociedade sudanesa, especialmente no campo educativo.
O representante cristão presente na delegação sudanesa aproximou-se do Santo Padre, para que abençoasse alguns crucifixos e rosários que levará aos fiéis sudaneses.
Na troca de presentes, Bento XVI fez entrega das medalhas do pontificado e recebeu, das autoridades do Sudão, um quadro que reproduz uma pintura de São Miguel Arcanjo, recentemente encontrada em uma igreja do século X em Fáras, no norte do Sudão.

Bispos espanhóis criticam intolerância contra a religião - 13/09/2007 - 07:43
O presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), D. Ricardo Blázquez, disse ver com preocupação "certos sintomas de intolerância" relativamente à presença da religião católica nos programas de ensino público.
O Bispo de Bilbau falou ainda da intolerância face aos "símbolos religiosos nos centros educativos públicos" e defendeu que um Estado aconfessional que seja "verdadeiramente democrático" saber valorizar a liberade religiosa como "elemento fundamental do bem comum".
Numa conferência dedicada ao tema "A situação democrática na Espanha", o presidente da CEE sublinhou a contribuição dada pela Igreja à consolidação do regime democrático no país vizinho e considerou "injustas" as acusações de que a Igreja Católica convive mal "com o sistema democrático".
Na sua intervenção, o Bispo de Bilbau defendeu que a ETA "deve desaparecer quanto antes, sem contrapartidas e de uma forma total e imediata", manifestando ainda a sua proximidade "às vítimas do terrorismo da ETA e aos que sofrem as suas ameaças".

Morre quase na solidão bispo católico chinês após 8 anos de prisão Dom Hang Dingxiang, da diocese de Yong Nian (provincial de Hebei)

YONG NIAN/STAMFORD, terça-feira, 11 de setembro de 2007 (ZENIT.org).- O término dos oito anos que o bispo católico Han Dingxiang levava na prisão chegou com sua morte, praticamente em solidão, em 9 de setembro passado.
Segundo a nota que a Fundação Cardeal Kung (com sede em Stanford, Connecticut, Estados Unidos) remete à Zenit, o prelado faleceu às 23h (hora de Pequim) ao final de seus quase oito anos de encarceramento por parte das autoridades chinesas.
Com exceção de alguns parentes muito próximos que foram chamados de repente pelas autoridades junto à cama do bispo antes que morresse, nenhum de seus sacerdotes ou outros fiéis sabiam da gravidade de seu estado nem de nenhuma causa que pudesse provocar sua morte; tampouco conheciam que estivesse no hospital, morrendo.
As autoridades ordenaram, aproximadamente às 5h da manhã seguinte, a incineração do falecido. Suas cinzas foram enterradas imediatamente em um cemitério público, «tudo em seis horas desde o falecimento», adverte a citada Fundação.
Portanto, salvo alguns familiares, ninguém viu o corpo do bispo. Nem houve sacerdotes nem fiéis em seu enterro.
As últimas palavras do bispo Hans Dingxiang antes de entrar em coma se dirigiram a pedir à sua congregação que rezasse muitos terços. Tinha 71 anos, 35 dos quais sofreu privação de liberdade: em um campo de trabalho, na prisão ou em prisão domiciliar.
De 1960 a 1979, a autoridade chinesa o internou em um campo de trabalho. De 1979 a 1982, foi professor de Ensino Médio e administrou uma clínica nos quatro anos seguintes, enquanto era seminarista.
Ordenado sacerdote em 21 de novembro de 1986, Hang Dingxiang recebeu a ordenação episcopal em 19 de dezembro de 1989.
Desde então sofreu onze detenções. A última aconteceu em 20 de novembro de 1999, quando dirigia um retiro para algumas religiosas. Retido em diversas localidades, desde 2005 já não havia pistas dele, até o sábado passado.
Joseph Kung, presidente da Fundação Kung, questiona-se por que as autoridades tiveram tanta pressa por incinerar o falecido prelado, e por que não se permitiu aos sacerdotes de sua diocese que abençoassem seus restos mortais e, junto a seus fiéis, orassem por seu pastor e velassem seu corpo.
O bispo Han Dingxiang era dos prelados denominados «clandestinos», ainda que, como adverte o Pe. Yihm Sihua – de Hong Kong – é preferível evitar falar de duas Igrejas distintas no continente chinês; existe uma única Igreja Católica, «mas com diferentes tendências».
«Estão, em primeiro lugar, as comunidades legais, que aceitaram registrar-se ante o Governo, segundo a lei chinesa» «por diversas razões» – aponta o sacerdote: «porque querem recuperar sua igreja, porque as autoridades locais tolerantes lhes inspiram confiança, porque os membros da Associação Patriótica respeitam seu sacerdote, porque o bispo da diocese foi reconhecido por Roma».
«Esses católicos, atualmente menos de um terço do número total, vivem perfeitamente em comunhão com a Igreja universal, inclusive se estão infiltrados pelo governo», explica o Pe. Sihua.
A realidade crente católica se completa com «as comunidades que vivem na ilegalidade, ou seja, que rejeitaram fazer uma escolha que as situaria sob a autoridade da Associação Patriótica e da Sala de Assuntos Religiosos», uma rejeição baseada «em vários motivos: as autoridades locais não lhes inspiram confiança, o bispo do lugar não está em comunhão com Roma, alguns de seus sacerdotes estão na prisão ou em residências vigiadas».
«Estes católicos querem preservar a qualquer preço a seu redor um espaço de liberdade que permita à sua comunidade cristã viver plenamente sua fé e transmiti-la às jovens gerações. Para eles, sair agora de sua clandestinidade seria uma ingenuidade 8211; sublinha. Seria jogar-se nos braços da Associação Patriótica e perder esta liberdade religiosa pela qual lutaram tanto. Não é desejável de nenhuma maneira por enquanto. É necessário ainda ter paciência e esperar que o Governo diminua seu controle sobre as religiões.»



Após 11 meses, sacerdote chinês é libertado O Pe. Paul Jiang Sunian

ROMA, quinta-feira, 30 de agosto de 2007 (ZENIT.org).- Foi posto em liberdade em 24 de agosto, após onze meses de detenção, o Pe. Jiang Sunian, chanceler da diocese de Wenzhou (na província chinesa de Zhejiang), informa Asianews.it.

«Durante a detenção, foi internado em um hospital pela piora de sua sinusite. Segundo um primeiro exame médico, que aconteceu após sua libertação, o sacerdote agora sofre problemas de coração», informa a agência do Pontifício Instituto para as Missões Exteriores. O Pe. Jiang foi preso em 25 de setembro passado junto ao Pe. Shao Zhoumin, vigário geral da diocese.

No momento de sua detenção, os agentes confiscaram fotografias de um encontro que ambos sacerdotes haviam tido com Bento XVI, no Vaticano, acrescenta Asianews. Em março do ano passado, quando visitaram Roma, foram acusados de «sair do país de maneira ilegal».

O Pe. Shao havia sido condenado a nove meses, mas saiu antecipadamente da prisão por causa de graves problemas de saúde.

Autoridades cubanas negam assistência religiosa a preso político - 07/08/2007 - 14:06

As autoridades do cárcere Ariza 2 (Cienfuegos), em coordenação com Segurança de Estado, suspenderam a assistência religiosa ao preso político Luis Cueto Echevarría desde o início de 2007, sob o argumento de que nas visitas do sacerdote fala apenas de política e não de temas espirituais.

Conforme informou a imprensa independente, foi o tenente Ulises Laviña quem comunicou a Cueto a decisão das autoridades, apesar de que o regulamento estabelece que se deva dar assistência religiosa a qualquer recluso que a solicite.

Outra das pessoas às quais retirou a assistência espiritual é ao preso de consciência Liberado Linares García, quem atualmente está na enfermaria do cárcere por uma enfermidade nos olhos.

China prende Bispo símbolo dos cristãos perseguidos - 23/08/2007 - 14:50

As autoridades chinesas prenderam o Bispo de Zhengding, D. Jia Zhiguo, de 73 anos, que pertence à Igreja Católica "clandestina" e é um símbolo dos cristãos perseguidos. O prelado, que reside na província do Hebei (Norte do país), já passou mais de 20 anos na prisão. A notícia da prisão foi avançada pela Fundação Cardeal Kung, organização de promoção dos Direitos Humanos com base nos EUA. O Hebei é a região chinesa com maior número de católicos (1,5 milhões).

A Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina", ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de 8 milhões de fiéis.

Roma faz manifesto contra perseguição de cristãos no Oriente Médio - 05/07/2007 - 11:30

Da AFP

Pelo menos três mil pessoas protestaram na noite desta quarta-feira, no centro de Roma, contra o "êxodo e a perseguição dos cristãos no Oriente Médio" e "pela liberdade religiosa no mundo".

Representantes religiosos e de partidos políticos italianos de direita e esquerda participaram ou deram seu apoio a esta manifestação organizada pelo vice-diretor do jornal "Corriere della Sera", o ensaísta italiano de origem egípcia Magdi Allam, grande conhecedor do islamismo. Esta noite representará um gesto de apoio aos cristãos do Oriente, em particular do Iraque e do Líbano, mas também do missionário italiano Giancarlo Bossi, seqüestrado em 10 de junho passado nas Filipinas por dissidentes da MLF (Frente Moro Islâmica de Libertação). A manifestação teve o apoio de inúmeros bispos italianos, entre eles o cardeal Camillo Ruini, ex-presidente da conferência episcopal e vicário do papa para a diocese de Roma.O papa Bento XVI manifestou várias vezes nas últimas semanas sua preocupação com a sorte das comunidades cristãs no Oriente Médio e nos países muçulmanos e lançou apelos em favor do fim das guerras e lutas sangrentas nessas regiões.

Governo chinês estuda «modelo vietnamita» para nomear bispos

Afirma o bispo de Xangai

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 13 de junho de 2007.- O bispo de Xangai, Dom Aloysius Jin Luxian, afirmou que o Governo chinês está estudando o «modelo vietnamita» para as nomeações de bispos, que permite ao Vaticano e ao Governo escolher juntos os pastores.

Em espera da iminente publicação da carta apostólica de Bento XVI aos católicos chineses, o bispo de Xangai quis intervir francamente sobre as questões abertas que se tocarão na epístola papal, em uma longa entrevista concedida à revista mensal internacional «30 Dias».
Dom Aloysius Jin Luxian, próximo já dos noventa anos, passou 18 na prisão e 9 em campos de reeducação.
O prelado declara que «os fiéis de toda a Igreja na China estão esperando a carta pastoral do Papa» e que «não querem que a Igreja Católica na China se separe do Papa, ao contrário, depreciam profundamente as pessoas que tramam a separação da Igreja na China».
Por isso, o purpurado sustenta que «os chamados ‘oito pontos’ emanados pela Congregação para a Evangelização de 1998 (aqueles que de fato obstaculizavam a concelebração eucarística entre os sacerdotes das comunidades clandestinas e os das comunidades reconhecidas pelo governo, ndr.) já não são úteis».
As relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Governo chinês se romperam quando em 1951, dois anos depois da chegada ao poder de Mao Tsé-tung, foi expulso o núncio apostólico, o arcebispo Antonio Riberi.
O Governo chinês permite a prática religiosa em seu país só com pessoal reconhecido e em lugares registrados na Sala de Assuntos Religiosos e sob o controle da Associação Patriótica (AP), o organismo instituído pelo regime maoísta em 1957 com o fim de criar uma Igreja nacional independente da Sé Apostólica.
Por isso, fala-se da diferença entre uma Igreja «oficial» ou «patriótica» e os fiéis que procuram subtrair-se ao citado controle para obedecer diretamente ao Papa, formando a Igreja «não-oficial» ou «clandestina».
Os últimos conflitos se originaram após as três ordenações episcopais ilegítimas (sem a aprovação do Papa) celebradas na China, por obra da AP, em 2006, em Kunming (30 de abril), Anhui (2 de maio) e Xuzhou (30 de novembro).
Com relação ao controvertido tema da nomeação de bispos, Dom Jin explica que «a escolha dos bispos corresponde à Santa Sé, tal princípio deve ser afirmado. Mas como o contexto político, histórico e econômico varia segundo o país, a Santa Sé com freqüência estreita pactos concretos com os respectivos governos».
«No passado -- declara o bispo jesuíta -- a Santa Sé estipulou tratados com a Itália de Mussolini e a Espanha de Francisco Franco para resolver problemas similares. Por que deveria ser impossível a solução dos mesmos problemas, de forma análoga, inclusive com o Governo chinês?»
«Eu sou da opinião de que se devem salvaguardar os princípios, enquanto em sua aplicação pode haver uma certa flexibilidade», declara o prelado, que é reconhecido tanto pela Sé Apostólica como pelo Governo de Pequim.
«Os bispos servem para garantir a sucessão apostólica e a validez dos sacramentos, e não são os líderes políticos de uma potência estrangeira -- sublinha. Espero que também o Governo chinês possa compreender esta circunstância e que se chegue a uma solução através do diálogo.»
Neste sentido, o prelado chinês sugere ver o «modelo vietnamita»: «Poderíamos tomar Vietnã como exemplo: o Vaticano propõe dois candidatos e o Governo escolhe um dos dois».
Nesta perspectiva, o bispo revela um detalhe eloqüente: «Diz-se que o Ministério do Exterior, o Ministério da Frente Unida do Comitê Central e a Sala Nacional para Assuntos Religiosos enviaram uma delegação para visitar o cardeal de Ho Chi Minh para compreender melhor, com sua ajuda, a questão da nomeação dos bispos do Vietnã».
Ao aludir às dificuldades e aos fracassos registrados até agora na normalização das relações entre o Vaticano e o Governo chinês, Dom Aloysius Jin Luxian relativiza a influência do obstrucionismo que alguns observadores atribuem à Associação Patriótica.
Dom Jin observa: «Talvez algumas pessoas da Associação Patriótica não querem que se estabeleçam relações diplomáticas entre a China e o Vaticano porque poderiam perder poder. Mas eu considero que a Associação Patriótica não pode intervir nas decisões políticas da China».
«Bastaria que alguma personalidade de alto nível decidisse reiniciar as relações com o Vaticano, e a Associação Patriótica perderá toda possibilidade para interpor obstáculos», observa.
Sobre as relações com o Governo, o bispo de Xangai sustenta que «os fatos das últimas décadas provam que o atual é o melhor Governo na história da China Popular. Por que os católicos que representam menos de 1% da população deveriam opor-se ao Governo chinês?».
Também, o «Governo chinês é materialista, porque toma como parâmetro o marxismo. A visão do Governo chinês com relação à religião dificilmente se pode liberar de tal influência», e como se não bastasse, «as mudanças imprevistas na Europa do Leste confirmaram as opiniões que o Governo chinês tinha sobre o papel político desenvolvido pela Igreja Católica».
«Eu penso -- conclui -- que a realidade demonstrará que o Vaticano não busca nenhum objetivo político, e ante a realidade dos fatos, o Governo chinês poderá mudar sua atitude com relação ao Vaticano.»

Paraguai: vice-presidente e núncio analisam possível acordo Igreja-Estado

No campo educativo

ASSUNÇÃO, quinta-feira, 14 de junho de 2007.- Em seu caráter de pré-candidato à presidência da República pela dissidência colorada, o vice-presidente do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, teve ontem, 13 de junho, um almoço com o núncio apostólico, Dom Orlando Antonini, a quem apresentou uma proposta que faz parte de seu programa de Governo e que prevê a possibilidade de um acordo no campo educativo entre a Igreja Católica e o Estado para o ensino de «valores e princípios» com a ajuda eclesial.
Ao final da reunião, que durou umas duas horas, Castiglioni falou com a imprensa e defendeu seu plano, argumentando que a Igreja «tem profundas raízes na cultura de nossa nação e uma estendida influência» em todo o país, pelo que pode cooperar «fundamentalmente desde o ponto de vista da promoção de princípios e valores no âmbito da educação tradicional».
Lamentou que já durante estes quatro anos de mandato não tenha podido levar adiante dito anseio.
«Lamentavelmente, não alcançamos nosso propósito, porque é o Presidente quem tem de estabelecer esse acordo», referiu.
Quanto a como o núncio recebeu a referida proposta, Castiglioni disse que Dom Antonini a vê como uma questão «muito positiva» e «factível», pelo que espera que possa concretizar-se.
«Inclusive me falou de exemplos similares em outras partes do mundo e que com a amplíssima difusão de nossa Igreja e dos templos de nossa Igreja Católica no Paraguai, ele vê que seria muito positivo na sociedade paraguaia. Estamos falando da educação de nossos filhos e da educação dos homens do futuro», indicou o vice-presidente.

Mártires da perseguição religiosa na Espanha, não «da guerra civil»

Publicação de um dossiê informativo da Conferência Episcopal Espanhola

MADRI, terça-feira, 12 de junho de 2007.- Os 498 futuros beatos da Igreja Católica não são «mártires da guerra civil» espanhola, mas «mártires da perseguição religiosa», aponta o recente dossiê informativo da Sala para as Causas dos Santos e da Sala de Informação da Conferência Episcopal Espanhola.   

O documento -- disponível em http://www.conferenciaepisciopal.es -- sublinha assim o sentido desta celebração, que acontecerá em Roma no próximo dia 28 de outubro, sob o título «Beatificação de 498 mártires do século XX na Espanha».   
Contam-se entre «os milhares que deram sua vida por amor a Jesus Cristo na Espanha durante a perseguição religiosa dos anos trinta do século passado», explica o informe; um século «no qual também se viram perseguidos muitos outros cristãos em diferentes partes do mundo».   
De fato, recorda-se que João Paulo II dizia que no final do segundo milênio, a Igreja havia voltado a ser Igreja de mártires.   
Os futuros beatos são dois bispos, 24 sacerdotes diocesanos, 462 membros de Instituto de Vida Consagrada (religiosos), um diácono, um subdiácono, um seminarista e sete leigos.   
Como sintetiza o dossiê, neste numeroso grupo há dois mártires da perseguição religiosa que aconteceu na Espanha em outubro de 1934; 489 sofreram o martírio em 1936, e sete foram martirizados em 1937.   
«Não dizemos, portanto, 'mártires da Guerra Civil', o qual é inexato cronológica e tecnicamente», afirma o documento.   
«As guerras têm 'caídos' em um e outro lado. As repressões políticas têm 'vítimas', sejam de um ou de outro lado. Só as perseguições religiosas têm 'mártires' -- aponta --, sejam de uma ou de outra ideologia, de uma ou de outra preferência -- ou pertença -- política ou inclusive de diferentes confissões religiosas.»   
A maioria está composta por espanhóis, mas entre estes 498 mártires se contam cinco que nasceram na França -- dois Irmãos de La Salle --, um dominicano e um carmelita no México, e um agostiniano em Cuba.   
Por grupos -- de mais numerosos a menos --, 145 dos futuros beatos no momento do martírio tinham entre 20 e 30 anos de idade; muitos eram ainda estudantes. Entre 40 e 50 anos, 107 mártires; 97 tinham entre 30 e 40, e 72 tinham entre 50 e 60 anos de idade.   
Nos extremos estão 18 jovens de 16 a 19 anos; 41 maiores -- de 60 a 70 -- e, finalmente, os 15 quase anciãos -- de 70 a 78 anos de idade. De três se desconhece a data de nascimento.   
«Uma hora de graça»: é o significado, segundo o documento da Conferência Episcopal espanhola, desta beatificação que será celebrada.   
«Contribuirá para que não se esqueça o 'grande sinal de esperança' que constitui o testemunho dos mártires», pois «são precisamente seus testemunhos os que se convertem em um novo estímulo para a renovação da vida cristã», sublinha.   
«A imensa reserva de testemunho de fé viva e de perdão heróico que foi acumulado em todos eles não deixará de dar frutos de justiça e de paz -- expressa. Os mártires, que morreram perdoando, são o melhor estímulo para que todos fomentemos o espírito de reconciliação.»

Argélia: governo limita liberdade religiosa para não-muçulmanos

Pretende neutralizar os missionários evangélicos

ARGEL, quinta-feira, 7 de junho de 2007.- Os encontros religiosos não-muçulmanos só poderão ser celebrados sob condições muito estritas na Argélia, segundo decidiu o Governo mediante uma nova resolução executiva.
Os encontros fora dos estabelecimentos religiosos não poderão ser celebrados senão com uma autorização escrita do governo civil, informou em 4 de junho o Governo argelino em uma resolução executiva, relativa à lei sobre religiões, de março de 2006.
Desta forma, a utilização de um edifício como lugar de culto deve ser objeto de uma solicitude.
É provável que se emitam proibições se as autoridades temem «um perigo para a salvaguarda da ordem pública».
Os encontros religiosos espontâneos fora dos lugares de culto estão proibidos.
Segundo vários meios franceses, a nova lei tem como objetivo principalmente os grupos cristãos evangélicos, ativos há alguns anos na Argélia.
A lei de 2006 prevê penas de prisão de cinco anos e multas de até dez mil euros contra quem tenta converter um muçulmano a outra religião. Estas mesmas penas se aplicam igualmente a toda pessoa que «fabrique, armazene ou distribua documentos impressos ou publicações audiovisuais ou em qualquer outro suporte ou meio, que tenham como objetivo enfraquecer a fé muçulmana».
O arcebispo católico de Argel, Dom Henri Teissier, sublinhou que o caráter repressivo da lei não corresponde à situação do país, que pratica de fato uma política de liberdade de expressão e de reunião claramente superior à de outros países muçulmanos, e que continua sendo garantida na nova lei.
A Argélia conta com menos de dez mil católicos em uma população de 33 milhões de habitantes, em sua imensa maioria muçulmanos.

Igreja venezuelana chama Estado a «não satanizar» protestos estudantis
Cardeal Urosa: «Os direitos humanos são para todos e não para um grupo»

CARACAS, quinta-feira, 7 de junho de 2007 (ZENIT.org) .- Com o fim de «contribuir para resgatar o necessário clima de paz no país», a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) fez um chamado aos cidadãos, e especialmente às autoridades, «que por sua investidura marcam o ritmo do país», à sensatez, à ponderação e à resolução dos conflitos mediante a «aplicação estrita e diligente da ordem constitucional e legal».
O presidente do organismo episcopal, Dom Ubaldo Santana, arcebispo de Maracaibo -- junto ao cardeal Jorge Urosa Savino, arcebispo de Caracas, e Dom Ramón Viloria, bispo de Puerto Cabello e secretário-geral -- transmitiu ao povo venezuelano uma mensagem titulada «Trabalhar pela paz», na qual deixam claro que a Carta Magna ampara as manifestações estudantis pacíficas que se realizaram nos últimos dias.
«Não se devem satanizar, dando-se a priori uma conotação de conspiração», exortaram os bispos.
Após deplorar a saída do ar de RCTV, as autoridades eclesiásticas esclareceram que tanto os protestos como as críticas à medida governamental, «que de alguma maneira afetaram a liberdade de expressão e o direito à informação», são uma «legítima expressão do pluralismo político».
Em uma coletiva de imprensa, o cardeal Urosa destacou a «urgente» necessidade de assumir o «diálogo» como via para resolver as diferenças, «e não uma atitude de desprezo para com os outros, de ataque a quem pensa diferente, de desqualificação automática porque difere de uma opinião». «Para dialogar, é necessário reconhecer que o outro é importante, que tem direitos e merece ser escutado».
O cardeal Urosa recordou que o artigo 19 da Constituição obriga o Estado a garantir a todos os cidadãos o exercício de seus direitos humanos, «e creio que é preciso colocá-lo em prática, não se pode desviar».
«Os direitos humanos são para todos os venezuelanos, não para um grupo», advertiu o purpurado, que considerou que «todas as manifestações» dos últimos dias foram pacíficas. A CEV, através de suas vicarias de direito humanos, estará atenta à situação legal dos cidadãos investigados por protestar.
O arcebispo de Caracas revelou que durante a V Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano, que aconteceu em Aparecida, Brasil, muitos bispos o consultaram sobre a situação do país.
«Houve muito interesse pela Venezuela e uma preocupação por que possamos conseguir os caminhos de um verdadeiro progresso em democracia, em justiça e em paz», afirmou.

Nova prisão de bispo da Igreja Católica clandestina chinesa
Dom Jia Zhiguo, bispo de Zhengding

ROMA, quinta-feira, 7 de junho de 2007 (ZENIT.org) .- O bispo não-oficial de Zhengding, Hebei, China, Dom Julius Jia Zhiguo, foi preso pela polícia em 5 de junho passado. É a nona vez que o prelado é preso desde 2004. Quem informa sobre o fato é a Fundação Kung, associação americana que trabalha pela liberdade religiosa na China.
A polícia o tirou de sua casa às 9:30h da manhã, hora local. Segundo algumas fontes, os agentes teriam falado de «dez dias de prisão». O lugar da detenção é desconhecido.
O motivo da prisão não está claro, mas um especialista explicou à agência AsiaNews que poderia ser uma «provocação» em previsão da publicação da carta de Bento XVI à Igreja na China. Fica contudo o fato de que Hebei é uma das províncias mais atingidas pela perseguição anti-católica do regime chinês.
A última prisão do prelado, de 73 anos, remonta-se a novembro de 2005. No passado, Dom Jia passou cerca de vinte anos na prisão.
Desde que estava livre, encontrava-se sempre sob o estrito controle da polícia, que o limita à atividade pastoral. Não podia visitar os fiéis de sua diocese e nem sequer administrar a unção dos enfermos aos católicos em estado terminal.
Não sendo reconhecido pelo Governo, não poderia exercer seu ministério. Por isso, antes de grandes festas religiosas (Natal, Epifania, Páscoa, Pentecostes e a Assunção) é seqüestrado e obrigado a sofrer adoutrinamento para prevenir celebrações e reuniões de cristãos clandestinos.
Este estreito controle se explica provavelmente pelo fato de que a sua é uma das dioceses mais vivas de Hebei, a área com mais alta concentração de católicos, com cerca de um milhão e meio de fiéis. Uma atenção especial lhe foi dedicada no momento da morte de João Paulo II, em 2 de abril, já que as autoridades esperavam lutas intensas entre os bispos, analogamente ao que sucede com a morte de um chefe de partido.
Não está permitido visitá-lo e suas saídas são sempre seguidas por vários agentes da polícia local. O bispo Jia, entre outras coisas, tem em casa mais de cem de órfãos inválidos.
No total, calcula-se que há no país asiático doze milhões de fiéis católicos, repartidos entre a Igreja oficial e a clandestina, esta última perseguida pelo Governo comunista, ainda que, de fato, os membros de ambas formações mantêm muito contato.

Assassinado um sacerdote caldeu e três diáconos na cidade iraquiana de Mosul


MOSUL, domingo, 3 de junho de 2007 (ZENIT.org).- O padre Ragid Keni, pároco da igreja do Espírito Santo, no norte de Mosul (Iraque), e três diáconos, Basman Youssef, Bassam e Ghassan, foram assassinados este domingo a tiros por desconhecidos.
Os diáconos acompanhavam o sacerdote, de 31 anos, quando este saía da igreja, depois de ter celebrado a Missa, faz poucas horas. Todos morreram no ato. Fontes locais confirmaram por telefone a Zenit a tragédia.

Tribunal na Malásia rejeita conversão de mulher ao cristianismo - 31/05/2007 - 10:58

O tribunal de mais alta instância na Malásia rejeitou um pedido de uma mulher que queria ter sua conversão do islamismo ao cristianismo reconhecida oficialmente, pondo fim a um caso que tramita há seis anos.
A corte, composta por três juizes, decidiu que só um tribunal islâmico poderia permitir que Azlina Jailani, hoje conhecida como Lina Joy, removesse a palavra 'islâmica' de sua carteira de identidade.Ela nasceu em uma família muçulmana e, em 1998 foi batizada, mudando de nome.A Constituição da Malásia garante liberdade de culto mas diz também que todas as pessoas de origem étnica malaia são muçulmanas. Os tribunais islâmicos malaios, que funcionam de acordo com leis conhecidas como sharia, se recusaram a reconhecer a conversão de Jailani.Em um ato inédito, o tribunal federal, a mais alta instância jurídica secular, decidiu que não tem poder para desafiar os juízes que atuam pela sharia.O tribunal civil ficou dividido. Dois juízes muçulmanos concordaram na decisão e um terceiro, não-muçulmano, foi a voz dissidente.

A notícia foi recebida com gritos de "Deus é Grande" por muçulmanos que aguardavam diante do prédio do tribunal.Mas adeptos de outras religiões vão ver a decisão como mais um sinal de que seus direitos estão sendo erodidos.Segundo o analista de assuntos islâmicos da BBC, Roger Hardy, a maioria muçulmana do país vem tentando usar o sistema judiciário e político para fortalecer sua posição às custas de minorias budistas, hindus e cristãs.A batalha judicial levou Jailani a ser rejeitada pela família e a perder o emprego.

Em plena perseguição, Igreja caldéia convoca Sínodo no Iraque


ROMA, quinta-feira, 31 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Em plena perseguição, a Igreja caldéia, em comunhão com Roma, convocou um Sínodo no norte do Iraque.
Entre os argumentos da agenda da reunião eclesial, destacam-se o problema da segurança das comunidades cristãs nesse país, o futuro do Seminário Babel College, única faculdade de teologia do país, transferido de Bagdá ao Curdistão, e a condição das dioceses dentro e fora do Iraque.
O Sínodo será inaugurado nesta sexta-feira em Al Qosh, a 25 quilômetros de Mosul, segundo confirmou o procurador da Igreja caldéia ante a Santa Sé, o Pe. Philip Najim, à agência SIR da Conferência Episcopal Italiana.
Apesar das difíceis condições de segurança, o patriarcado caldeu de Bagdá decidiu convocar o Sínodo no Iraque como sinal de solidariedade com o povo iraquiano.
De fato, o último Sínodo se havia celebrado em Roma.
Nesta quarta-feira, em Estocolmo, na Suécia, onde reside uma importante comunidade de caldeus na diáspora, cerca de mil pessoas se manifestaram ante o Parlamento, com cartazes nos quais podia-se ler: «Não matem os cristãos no Iraque».

4 mil cristãos presos em protesto contra a violência confessional na Índia - 30/05/2007 - 10:17

Milhares de cristãos foram presos esta terça-feira durante uma manifestação pacífica convocada pelos maiores grupos de defesa dos direitos humanos da Índia, em que pediam às autoridades do país que defendessem a minoria cristã da violência dos extremistas.A detenção de cerca de quatro mil pessoas, que durou cerca de uma hora, foi confirmada pela polícia, de acordo com a agência AsiaNews, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras.
Segundo a Asianews, os organizadores esperavam umas duas mil pessoas, mas compareceram cerca de cinco mil. No início, vários oradores pediram o respeito pela dignidade humana e pelos direitos constitucionais. Grupos fundamentalistas hindus e mesmo algumas autoridades locais têm violado essas garantias básicas em relação a cristãos e outras minorias, acusaram os organizadores.
O organismo ecumênico "All India Christian Council" - Conselho Cristão da Índia -, e a "All India Catholic Union" - União Católica Indiana -, fórum de diversas formações católicas laicas, assinalaram que, somente em 2007, houve mais de 100 episódios de violência contra estruturas ou pessoal cristão. No sábado, um padre foi obrigado a abandonar uma aldeia do distrito de Udaipur, no estado do Rajastão, depois de ter sido atacado e ameaçado de morte.
No comunicado de convocação para a marcha podia ler-se que "sacerdotes e religiosas, pastores e leigos foram mortos, feridos ou maltratados, e as mulheres foram violentadas. Os trabalhadores cristãos são humilhados sob os olhos da polícia, que tolera a violência."
Os manifestantes queriam dirigir uma mensagem ao primeiro-ministro indiano e ao chefe da polícia, para pedir que reprimam a violência. Do total da população indiana - mais de mil milhões de habitantes - os cristãos são apenas 25 milhões e representam 2,5% da população.

Resposta da Igreja Católica ao proselitismo de outras associações religiosas
Segundo um bispo mexicano na Conferência de Aparecida

APARECIDA, quinta-feira, 24 de maio de 2007 (ZENIT.org-El Observador).- Em sua intervenção na V Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, o bispo de Mazatlán, México, Dom Mario Espinosa Contreras, assinalou algumas ações urgentes que devem ser levadas a cabo pela Igreja Católica para responder ao proselitismo, em certas ocasiões beligerante, de outras associações religiosas.
Desde a metade do século passado -- apontou Dom Espinosa Contreras --, a América Latina e o Caribe se viram afetadas pelo «proselitismo sectário, que cresce em diversificações como em adesões, e como uma conseqüência disso constatamos que o índice dos católicos vai registrando uma progressiva diminuição».
Ante este desafio, o prelado mexicano considerou que é urgente «continuar ampliando a presença da evangelização nos meios de Comunicação Social, especialmente rádio, televisão, imprensa escrita e Internet».
Segundo Dom Espinosa Contreras, «os ministros ordenados, religiosas e leigos agentes de pastoral, (devem esforçar-se) em viver mais decididamente o valioso meio evangelizador (...) e estabelecer oportunas visitas às famílias com caráter pastoral, e fazer-se próximos dessas pessoas nas circunstâncias de enfermidade, luto, sofrimento e dor» entre as famílias.
Mais adiante, o bispo de Mazatlán recordou que «alguns irmãos separados são assíduos praticantes da visita domiciliar, enquanto nós quase não a realizamos».
O purpurado mexicano se pronunciou por «propiciar a oração, seja pessoal ou comunitária, tendo a intenção de rogar ao Senhor pelo retorno de quem um dia abandonou o seio da Igreja Católica».

«Parece-me -- disse Dom Espinosa Contreras -- que esta súplica está pouco presente, seja na oração titânica da liturgia, como na vida instruída das comunidades religiosas e paroquiais.»
Ao finalizar sua exposição, o bispo de Mazatlán sublinhou que «a extensão que vão tendo outras associações religiosas nos insta a consolidar a catequese e evangelização dos católicos, a estabelecer meios e formas para favorecer o regresso dos irmãos que um dia se disseram católicos».

Ajuda à Igreja que Sofre vê risco da liberdade de expressão na Venezuela
Com o fechamento de uma emissora de rádio e televisão

KÖNIGSTEIN (ALEMANHA), sexta-feira, 25 de maio de 2007 (ZENIT.org).- O governo venezuelano negou renovar a licença anual à emissora de rádio e televisão RCTV. A partir da meia noite de 26 de maio, a emissora deixará de estar no ar, segundo recorda Ajuda à Igreja que Sofre.

O controle sobre o sinal de transmissão está nas mãos do Governo. O arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Liberato Urosa, advertiu há algum tempo sobre «um ataque à liberdade de expressão».
Um sacerdote venezuelano, que prefere permanecer no anonimato por razões de segurança, falou em 23 de maio por telefone com a organização humanitária internacional «Ajuda à Igreja que Sofre» para denunciar que «o Governo não quer renovar a licença porque, segundo seu ponto de vista, a RCTV é hostil ao Governo».
«Afirma que é ‘pró-americana’ e ‘golpista’. Mas não há absolutamente nenhum fundamento para isso. É simplesmente uma forma típica de ditadura estatal», acrescenta o comunicado de Ajuda à Igreja que Sofre.
O Governo parece que está propondo criar uma nova emissora de rádio, TVES, que será totalmente controlada pelo Estado. Deste modo, o Governo, segundo esta fonte, poderá manipular o meio e controlá-lo.
Nos últimos dias houve grandes manifestações em Caracas pedindo liberdade de imprensa, sob o lema «SOS -- Liberdade de Imprensa». Segundo as notícias, os manifestantes levavam uma faixa gigante, de um quilômetro de largura, que pesava 180 quilos. Por meio desta campanha, jornalistas de televisão, rádio e imprensa escrita tentam chamar a atenção sobre a retirada da licença de emissão da RCTV.
Os protestos continuam. Como resultado da tensa situação, houve notícias de escassez. Segundo o informante de Ajuda à Igreja que Sofre, houve escassez de alimentos básicos nas lojas durante as duas últimas semanas, dado que as entregas às lojas não puderam ser feitas.
RCTV é a emissora de rádio e televisão mais antiga da Venezuela e existiu durante 53 anos. É também a maior e mais importante das emissoras venezuelanas, e seus programas podem ser recebidos em todo o país. Atualmente, duas das seis emissoras de televisão do país estão já nas mãos do Governo.

Libertado sacerdote seqüestrado em Bagdá
«Em Bagdá e Mosul os cristãos já não podem viver», denuncia um arcebispo

BAGDÁ, terça-feira, 22 de maio de 2007 (
ZENIT.org).- O sacerdote da Igreja caldéia que havia sido seqüestrado no sábado em Bagdá foi libertado, segundo informaram à agência Zenit na noite desta segunda-feira fontes dessa Igreja em Bagdá.
O Pe. Nawzat Hanna, da paróquia de Mar Pithion, havia sido seqüestrado no bairro de Al-Baladiyat depois de ter visitado um enfermo.
Ele tem marcas de golpes, revelou Dom Shlemon Warduni, bispo auxiliar do Patriarcado de Bagdá dos Caldeus, em comunhão com Roma, que foi recolhê-lo após ser libertado, em declarações a AsiaNews.it.
«Quando me viu, o Pe. Nawzat me abraçou fortemente, chorava, estava muito afetado; depois agradeceu a todos os que rezaram por ele nestes dias».
Agora o sacerdote está bem, «acalmou-se» e se encontra em Bagdá. «Esperamos que tenha o valor para continuar servindo a Igreja no Iraque», deseja Dom Warduni. «Sua família já está no exterior, mas ele havia decidido ficar aqui, junto a seus fiéis.»
O arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako, declarou nesta terça-feira ao Serviço de Informação Religiosa da Conferência Episcopal Italiana (SIR): «Em Kirkuk, a situação é melhor, mas em Bagdá e em Mosul os cristãos já não podem viver. Não há autoridade, não há ordem».
«Os terroristas estão em todas as partes e controlam muitos bairros. Continuam chegando notícias de violência. O Pe. Hanna foi o sétimo sacerdote seqüestrado em Bagdá e felizmente agora está livre. Mas há muitos que tiveram que deixar a pátria e imigraram para o exterior.»
«Realmente se esqueceram de nós. Continuamos com nosso trabalho pela paz, conscientes de que é muito frágil, e tentamos edificar uma cultura do diálogo, com o objetivo de uma vida diferente à que estamos vivendo», acrescenta o arcebispo iraquiano.
Na área histórica dos cristãos em Bagdá, Dora, a maior parte das igrejas já está fechada, as famílias fugiram, importantes instituições católicas foram transladadas ao norte e, após numerosos seqüestros de sacerdotes ou religiosos, o Patriarcado se vê obrigado a enviar muitos ao exterior.

Iraque: exigem elevado resgate em troca de novo sacerdote seqüestrado
O bispo auxiliar caldeu da capital iraquiana pede orações por sua libertação

BAGDÁ, segunda-feira, 21 de maio de 2007 (ZENIT.org).- O Patriarcado caldeu de Bagdá enfrenta o novo seqüestro de outro de seus sacerdotes e uma desorbitada petição de resgate pela sua libertação.
Nesta segunda-feira, o bispo auxiliar caldeu da capital iraquiana, Dom Shlemon Warduni, confirmou ao serviço de informação «Sir», do episcopado italiano: «Falei com o Pe. Nawzat P. Hanna ontem à tarde pelo telefone. Está vivo. Não posso dizer mais. Nesta fase devemos ser muito prudentes».
«Pediu-se um resgate muito elevado, que não entra em nossas possibilidades --acrescentou. Estamos, de qualquer forma, tentando obter sua libertação. E rezamos para que tudo termine logo e felizmente.»
Pároco da igreja de Mar Pithion, no bairro de al-Baladiyat, no sábado o sacerdote saía da casa de um enfermo, ao que havia visitado, quando foi detido por pessoas que o estavam esperando, informou a agência do Pontifício Instituto de Missões Exteriores «AsiaNews.it».
Esta nova agressão é outra demonstração das graves dificuldades nas quais se encontram os cristãos iraquianos em seu próprio país.

Perseguição anticristã

«É hora de dizer basta; nosso grito não é ouvido pelo governo nem pelos aliados. Pedimos-lhes, sem êxito, postos de controle para vigiar algumas áreas da cidade onde se registram as piores violências contra os cristãos», denuncia o bispo Warduni em «Sir».
«E enquanto isso, continua a perseguição em prejuízo nosso, porque é de perseguição que se deve falar», afirma.
«Temos a sensação de poder ser seqüestrados ou assassinados de um momento a outro, dia e noite -- alerta. Os cristãos são obrigados a converter-se ao Islã, a abandonar suas casas, a ceder suas filhas a muçulmanos, a pagar um imposto de proteção, sob pena de morte.»
Continua Dom Warduni: «Antes não acontecia isso; agora estamos em grandes dificuldades. E isso sem que ninguém se oponha nem nos defenda. Estamos no Iraque há mais de dois mil anos e, como cristãos, trabalhamos por esta terra, demos forças e sangue por sua unidade. Por que todo esse ódio agora?».
Nesta segunda-feira, a agência do PIME se une à denúncia pelo amplo contexto de violência e intimidação contra a comunidade cristã da capital iraquiana, onde grupos integristas -- assegura -- estão levando a cabo uma campanha de «limpeza» porta a porta, de bairro em bairro.
Na área histórica dos cristãos, Dora, a maior parte das igrejas já estão fechadas, as famílias fugiram, importantes instituições católicas foram transladadas ao norte e, após numerosos seqüestros de sacerdotes ou religiosos, o Patriarcado se vê obrigado a enviar muitos ao exterior.
A agência do PIME citou, no sábado, fontes que deve manter no anonimato por segurança: «Seqüestrando outro sacerdote -- advertem -- os criminosos matam dois pássaros com um tiro: buscam enriquecer-se e, ao mesmo tempo, após libertar o refém, obrigam o Patriarcado a mudar-se para o exterior e dão um aviso forte a toda a comunidade».


Iraque: Patriarca caldeu pede fim da perseguição dos cristãos

2007-05-10

Iraque: Patriarca caldeu pede fim da perseguição dos cristãos

O Patriarca iraquiano Emmanuel Delly pediu aos responsáveis políticos do país que coloquem um ponto final na perseguição às comunidades cristãs, para que "muçulmanos e cristãos sejam parte de uma só família".

 

Para este responsável, "é tempo que os cristãos vejam os seus direitos reconhecidos". Citado pela agência italiana SIR, o Patriarca Caldeu de Bagdad utilizou pela primeira vez a palavra "perseguição" para falar da situação dos cristãos no Iraque.

Fontes locais referem mesmo que os cristãos são obrigados a deixar as suas casas sem levarem nada e ainda pagam uma espécie de "taxa" de saída, por pessoa e por automóvel. Os cristãos de Dora podem permanecer na localidade apenas se aceitarem casar uma filha ou uma irmã com um muçulmano, criando os pressupostos para uma progressiva conversão de todo o núcleo familiar ao Islão. O Patriarca Delly considera que "os cristãos são perseguidos num país onde todos lutam por interesses pessoais". Além da perseguição interna, denuncia a perseguição externa, que destrói "mesquitas, igrejas e instituições". Os últimos dados apontados pela Nunciatura Apostólica em Bagdad cifram o número de católicos em cerca de 250 mil, enquanto que em 2003 esse número era de um milhão. A maioria dos cristãos que não fugiu do país procurou refúgio o Curdistão.

 


Zimababué: Igreja debaixo de fogo

2007-05-07

Zimababué: Igreja debaixo de fogo

A sede internacional da Fundacação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) recebeu um novo alerta vindo do Zimbabué, em que se dá conta da perseguição de a Igreja é alvo.

"Depois da histórica carta pastoral dos nossos bispos, a Igreja tornou-se um alvo dos agentes de segurança", refere uma missiva de um sacerdote do país, mantido no anonimato por motivos de segurança.A carta assegura que alguns padres foram presos imediatamente depois de terem lido nas suas igrejas a nota pastoral dos Bispos do Zimbabué, com duras críticas ao presidente Mugabe. "Vivemos no medo de sermos presos, torturados ou mortos. Rezem por nós, para que que possamos continuar a falar pelos que não têm voz no Zimbabué", escreve o sacerdote.O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, atacou os bispos católicos que o responsabilizaram pela perturbação política e económica em que está mergulhado o país, avisando-os de que tinham escolhido "um caminho perigoso". Mugabe criticou particularmente a carta pastoral foi distribuída por todo o país, por alturas da Páscoa. Fontes da igreja confirmam que desde então funcionários do Estado têm visitado igrejas católicas para interrogar fiéis sobre o que pensavam acerca da mensagem dos Bispos.Em entrevista ao jornal estatal Herald, Robert Mugabe qualificou a carta pastoral de "disparate político" e disse que o governo vai tratar os nove Bispos do país, todos signatários da carta, como "entidades políticas"."As nossas relações com eles serão conduzidas como entidades politicas e é realmente um caminho perigoso o que eles escolheram", disse Mugabe.


EUA: relatório denuncia deterioração da liberdade religiosa no Iraque

2007-05-04

EUA: relatório denuncia deterioração da liberdade religiosa no Iraque

A Comissão norte-americana da liberdade religiosa internacional (USCIRF) publicou esta quarta-feira o seu relatório anual, denunciando a "deterioração" da liberdade religiosa no Iraque devido à violência confessional e aos abusos do governo local.

Esta agência do governo dos EUA decidiu, por isso, inscrever o Iraque pela primeira vez na lista de países a vigiar "por causa da situação em matéria de liberdade religiosa, que se deteriora de forma alarmante".

"Apesar de os agentes não-estatais, sobretudo os rebeldes sunitas, serem responsáveis por uma grande parte da violência confessional e das violações dos Direitos Humanos, o governo iraquiano tem também uma parte da responsabilidade", assinala a USCIRF no seu relatório.

Se a situação não registar melhorias, adverte esta agência, o Iraque poderá fazer parte, já no próximo ano, da "lista negra" norte-americana dos países que violam a liberdade religiosa.

A lista inclui, neste momento, os seguintes 11 países: Myanmar (antiga Birmânia), Coreia do Norte, Eritreia, Irão, Paquistão, China, Arábia Saudita, Sudão, Turquemenistão, Uzbequistão e Vietname.


China: Bispo de Shaanxi sequestrado há um mês

2007-04-27

China: Bispo de Shaanxi sequestrado há um mês

D. Wu Qinjing, Bispo da diocese chinesa de Shaanxi, está há um mês nas mãos da polícia e da Associação Patriótica Católica (APC), a Igreja "oficial", controlada por Pequim. Os seus fiéis denunciam que está a ser submetido a continuas "sessões políticas" para obrigá-lo a sair da sua diocese. A nomeação deste Bispo tinha recebido o aval da Santa Sé, apesar de estar ligado à APC. Segundo fontes locais citadas pela agência católica AsiaNews, D. Wu foi detido, com uso da força, no passado dia 17 de Março, desconhecendo-se desde então o seu paradeiro. D. Wu Qinjing foi ordenado em 2005 pelo falecido Arcebispo de Xian, D. Li Duan. Apesar de pertencer à Igreja "oficial", a sua ordenação não é reconhecida pela APC, organização de controlo que quer construir uma Igreja independente do Vaticano, para quem a mesma ocorreu "sob o controlo de forças estrangeiras" – leia-se com autorização da Santa Sé. Num documento do governo local, publicado com data de 9 de Março, revela-se que se está a "educar" D. Wu até aos fins de Maio, condenando o facto do Bispo de Shaanxi "continuar a levar por diante actividades religiosas ilegais".

Conferência Episcopal da Colômbia protesta contra prisão de três dias de um bispo


BOGOTÁ, domingo, 29 de abril de 2007 (ZENIT.org).- A Conferência Episcopal da Colômbia (CEC) criticou em 20 de abril a decisão de um Tribunal de sancionar o arcebispo de Manizales, Fabio Betancur Tirado, por desacatar uma sentença de tutela.

Essa tutela ordena sua prisão por três dias pela denúncia de um ex-seminarista que o acusa de tê-lo expulsado do Seminário dessa cidade sem justa causa.

O episcopado assegura em um comunicado que essa decisão é contrária ao expressado no Artigo Segundo da Concordata vigente entre o Estado Colombiano e a Santa Sé, que diz: «A Igreja Colombiana conservará sua plena liberdade e independência da potestade civil e, por conseguinte, poderá exercer livremente toda sua autoridade espiritual e sua jurisdição eclesiástica conformando-se em seu governo e administração com suas próprias leis».

O comunicado firmado por Dom Luis Augusto Castro Quiroga, presidente da CEC, manifesta pleno respaldo a Dom Betancur Tirado. Também deplora que com essas decisões «se atente contra o Direito que a Igreja tem de velar para que não acedam ao sacerdócio os candidatos que carecem das qualidades requeridas para exercer adequadamente o ministério na Igreja Católica».

Os sacerdotes da arquidiocese de Manizales manifestaram sua total solidariedade ao bispo.

Bispo do Curdistão e Kirkuk: «Igreja no Iraque está em grave perigo»
Os últimos atentados no norte fazem saltar todos os alarmes

ERBIL, terça-feira, 24 de abril de 2007 (ZENIT.org).- Dom Rabban Al Qas, bispo do Curdistão, ante o último ataque com dez mortos, entre eles duas crianças, e 140 feridos em uma aldeia cristã, «suplica» uma intervenção da Santa Sé, enquanto o arcebispo caldeu de Kirkuk, Dom Louis Sako fez um chamado ante «a trágica situação dos cristãos em Bagdá».
Há numerosas crianças e duas religiosas dominicanas entre os 140 feridos por um terrorista suicida ontem em Tell-el-skop, aldeia cristã ao nordeste de Mosul, informa a agência AsiaNews.it, do Pontifício Instituto para as Missões Exteriores (PIME). A expansão dos atentados suicidas também ao norte do Iraque faz saltar todos alarmes entre os responsáveis religiosos, que pedem a ajuda da Santa Sé.

«Encontrai uma via, um modo de salvar-nos, a Igreja em todo o Iraque está em grave perigo, suplicamos ao Vaticano que se mova e leve nossa voz ao mundo.» É o grito angustiado de Dom Rabban al Qas, bispo caldeu de Amadiyah e Erbil, que se une ao chamado difundido ontem pelas Igrejas católicas iraquianas, alarmadas pela feroz perseguição dos cristãos do país.

Desde o Curdistão, até agora oásis de segurança onde encontraram refúgio numerosos cristãos de todo o Iraque, o prelado fala de uma «situação espantosa» para a comunidade, tanto nas grandes cidades como nas aldeias.

O atentado de ontem danificou gravemente o convento das dominicanas, a escola elementar e a creche que as religiosas dirigem. Os mortos são ao menos dez, entre eles duas crianças; entre os 140 feridos também se encontram duas religiosas. Uma religiosa presente relata que a explosão aterrorizou os menores, que até agora não haviam vivido nunca episódios violentos como este.
Segundo fontes católicas locais, os crescentes atentados no norte têm uma matriz religiosa: «Querem atacar os cristãos e as minorias religiosas para afirmar que não há plano de segurança ou barreira defensiva dos Estados Unidos que possa protegê-los».
Não se exclua tampouco o fim político-econômico: «Atacar ao mesmo tempo os cristãos e aos curdos, cujas reivindicações sobre a reserva petrolífera de Kirkuk incomodam os objetivos de muitos ambientes no Iraque e no exterior», acrescenta a fonte.

Atualmente, as áreas que mais sofrem são Bagdá e Mosul. Fontes eclesiásticas de Bagdá confirmaram o massacre do bairro de Dora, onde grupos armados sunitas matam os xiitas, enquanto os cristãos lhes impõem a conversão ao Islã ou a fuga, abandonando todas suas posses. Já inclusive entre os cristãos que mais confiavam em um Iraque livre e pacificado se fala de um «país sem esperança, ao menos para os próximos dez anos».
Por outra parte, Dom Louis Sako, arcebispo caldeu de Kirkuk, fez um chamado urgente: «No Iraque, os cristãos estão morrendo, a Igreja está desaparecendo sob os golpes das perseguições, ameaças e violências por parte de extremistas que não dão escolha: ou a conversão ou a fuga».

O prelado, que é presidente da Comissão para o diálogo inter-religioso do Conselho das Igrejas católicas no Iraque, assinou uma declaração sobre a «trágica situação dos cristãos em Bagdá», denunciando aos grupos que sob a ameaça das armas pedem aos cristãos a imediata conversão ao Islã ou a fuga e a confiscação dos bens. Em Mosul acontece o mesmo, mas impondo outra opção: pagar um tributo em dinheiro à «jihad» se não se quer ser assassinado.
«Os cristãos são um dos componentes mais antigos da população iraquiana -- explica a declaração --, desde o princípio se fundiram com outras realidades como os árabes, os curdos, os turcomanos e os yezidi; foram pioneiros na civilização do Iraque. Também sempre defenderam a integridade do país de modo valente junto a seus irmãos muçulmanos. Testemunham lealdade, fidelidade, honestidade e a vontade de viver em paz e fraternidade com os outros. Os cristãos viveram com xiitas e sunitas no respeito recíproco e compartilharam tanto os dias bons como os piores. Durante catorze séculos, conviveram com a cultura islâmica, geralmente sem problemas. Hoje querem continuar esta existência no amor e no respeito aos direitos humanos.»

Na atual situação, os cristãos são alvo como bode expiatório a explorar e eliminar. Não podem professar sua fé livremente; às mulheres é imposto o véu e as cruzes são tiradas das igrejas; sobre todos está a ameaça de chantagens e seqüestros.
Dom Sako faz uma enumeração da violência: «Hoje os cristãos em certas áreas do Iraque sofrem a imigração, estupros, seqüestros, pagamentos de resgates, ameaças e assassinatos perpetrados por movimentos religiosos. Este comportamento incomum contradiz os valores humanitários do povo iraquiano e os morais da religião islâmica. É necessário compreender que um Iraque sem cristãos será desastroso para todos os iraquianos!... Obrigar os cristãos à fuga leva ao deterioro do conceito de coexistência e à destruição cultural, civil e religiosa de um mosaico de etnias e religiões das quais o Iraque é considerado o berço».

No chamado, Dom Sako pede a todas as autoridades religiosas e políticas e a todos os cidadãos iraquianos que permaneçam unidos porque «não há salvação sem nossa unidade e nosso sair mutuamente ao encontro do outro. Deixai que os extremistas no Iraque vão embora ou fiquem sempre que o perigo de morte e o risco de uma divisão desapareça para deixar lugar à vida».


Iraque: extremistas islâmicos ameaçam queimar igrejas cristãs

2007-04-18

Iraque: extremistas islâmicos ameaçam queimar igrejas cristãs

A comunidade cristã no Iraque continua a viver debaixo da sombra da guerra, da violência e das ameaças de extremistas islâmicos. Desta vez, os cristãos do bairro de Dora, em Bagdade, foram intimados a retirar as cruzes das suas igrejas, sob pena de as verem incendiadas.

Neste momento, apenas um edifício ainda exibem as cruzes. Por outro lado, uma fatwa proibiu o cumprimento de gestos rituais ligados ao Cristianismo.

As ameaças contra os cristãos têm sido uma constante, em particular nos últimos meses. Apenas a igreja de São Pedro e São Paulo, da comunidade caldeia, resiste às ameaças, uma verdadeira campanha persecutória que se estende a outras regiões do Iraque, em especial Mossul.

D. Shlemon Warduni, Bispo auxiliar de Bagdade, diz à agência AsiaNews que já há 2 meses que as outras igrejas não ostentam as suas cruzes. No caso da igreja de São Jorge, da comunidade assíria, foram mesmo os extremistas islâmicos que subiram ao tecto para arrancar a cruz.

Por outro lado, o exército dos EUA ocupou o edifício da única faculdade teológica do país - temporariamente transferida para o Norte do Iraque, num local mais seguro - utilizando-o como base militar e de observação.


China: morreu o presidente da Associação Patriótica Católica

2007-04-23

China: morreu o presidente da Associação Patriótica Católica

Faleceu no passado sábado o presidente da Associação Patriótica Católica (APC), Fu Tieshan, de 75 anos. A morte do principal Bispo da China pode levar a liderança da APC, controlada por Pequim, a sofrer mudanças e favorecer aproximação ao Vaticano

A morte de Fu Tieshan ocorre num momento em que o Papa Bento XVI prepara uma carta aos católicos da China. As relações diplomáticas entre ambas as partes foram rompidas em 1951.

Para uma reaproximação, Pequim exige que a Santa Sé deixe de reconhecer Taiwan e "não interfira nos assuntos internos" da Igreja na China.

Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica "clandestina", ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de 8 milhões de fiéis.

A APC foi criada em 1957, para evitar "interferências estrangeiras", em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

É improvável que nas exéquias do Arcebispo de Pequim esteja presente algum representante do Vaticano.

Fu Tieshan nasceu na província setentrional de Hebei, berço do Cristianismo na China e foi sagrado bispo em 1979, sem aprovação do Vaticano, tendo-se mostrado, nos últimos anos, alinhado com as posições do Partido Comunista Chinês.


Turquia: assassinados trabalhadores de editora cristã

2007-04-19

Turquia: assassinados trabalhadores de editora cristã

Três pessoas morreram esta qurta-feira na Turquia após um ataque contra a editora Zirve, de Malatya (Sudeste do país), há vários meses na mira dos extremistas por publicar a Bíblia e outros livros cristãos.

De acordo com as imagens difundidas pela rede de televisão privada "NTV", a Polícia procedeu à detenção de várias pessoas na cidade, situada a 800 quilómetros de Istambul.

Os agressores atacaram as pessoas que estavam dentro da editora com armas brancas, degolando-os depois de lhes terem atado pés e mãos. Além dos três mortos, há ainda dois feridos em estado grave.

O director-geral da Zirve (ligada à Igreja Presbiteriana), Hamza Ozant, referiu que já tinham sido várias as ameaças e que a polícia fora alertada para o caso. Em declarações à AFP, um responsável pelo governorado de Malatya nega este pedido de protecção e assinala que os visados "estavam empenhados em actividades de proselitismo".

De momento, as suspeitas recaem sobre grupos ultrancionalistas, os mesmo que estiveram por detrás do assassínio de um jornalista de origem arménia, Hrant Dink, em Janeiro deste ano.

A embaixada da Alemanha em Ancara confirmou que um dos mortos é um cidadão alemão, mas não divulgou maiores detalhes. "Condeno energicamente este crime brutal", afirmou o porta-voz do embaixador Eckart Cuntz.

Em Fevereiro de 2006, o Pe. Andrea Santoro, missionário católico italiano, foi morto enquanto estava dentro da igreja da cidade de Trabzon (norte). Um adolescente foi condenado a 19 anos de prisão pelo crime.

Em Janeiro passado, o jornalista Hrant Dink, um membro proeminente da comunidade arménia na Turquia, foi assassinado numa rua de Istambul. Um jovem de 17 anos, preso com outros 11 suspeitos de actividades ultranacionalistas, confessou o crime.

Assassinatos ligados a nacionalismo e a hostilidade anticristã têm aumentando na Turquia nos últimos tempos.

Sofrer por Cristo na China

ROMA, quinta-feira, 29 de março de 2007 (ZENIT.org).- No dia 22 de março passado, estudantes e professores, prelados e leigos, reuniram-se em um «pub» de Roma para falar da liberdade religiosa.
«Theology on Tap» (ou teologia ao alcance da mão), uma iniciativa que consiste em aproximar questões teológicas e eclesiásticas dos jovens de modo informal, iniciou outra temporada em Roma com uma apresentação sobre a liberdade religiosa na China.
Raphael Schmid, professora de Filosofia na Universidade Pontifícia Gregoriana e diretora da seção romana do Fundo Becket para a Liberdade Religiosa, revelou sua experiência durante a filmagem de um documentário sobre a Igreja clandestina na China.

Schmid começou com uma apresentação da Igreja oficial na China, reconhecida pelo Governo e guiada pela Associação Patriótica, cujo líder é o leigo Liu Bai Nian, enquanto a Igreja clandestina é fiel ao Papa e rejeita submeter-se a qualquer tipo de controle, sobretudo pelo que se refere à nomeação de bispos.
O projeto conjunto do Fundo Becket e de «Rome Reports» levou a professora Shmid a zonas remotas da China, nas quais as pessoas vivem em condições de extrema pobreza, e onde, apesar de todas as privações, os fiéis continuam com alegria o caminho cristão.
«As pessoas que entrevistei queriam sempre falar de como Deus havia entrado em suas vidas, queriam expressar o que significa para eles ser cristãos», explicou. «Só depois, quando se lhes perguntava diretamente, vinha à luz que haviam estado na prisão por causa de sua fé.»

«Consideram o sofrimento secundário com relação à sua experiência de fé», sublinhou, «Não se lamentaram nunca de ter perdido o trabalho ou de terem sido presas».
Os leigos não são os únicos que enfrentam condições difíceis. Os raros e apreciados sacerdotes na região demonstram virtudes heróicas ao chegar a percorrer longas distâncias para poder assistir seu próprio rebanho. Um sacerdote, recordou Schmid, ao responder sobre de onde vivia, disse que tinha «23 casas».
Usando uma velha motocicleta, o sacerdote gira constantemente pelas 23 aldeias que formam sua paróquia, permanecendo com as famílias católicas em condições de extrema pobreza.

Santa Sé constata que fanatismo anti-religioso ameaça fiéis
Disse o observador do Vaticano ante a ONU, arcebispo Tomasi

GENEBRA, sexta-feira, 30 de março de 2007 (
ZENIT.org).- O fanatismo anti-religioso ameaça a religião e os fiéis com insultos, discriminação, perseguição e danos que estão em contradição com a promessa de liberdade aclamada pelas sociedades democráticas, disse o observador vaticano ante um organismo das Nações Unidas.
Em uma intervenção em 22 de março, para a quarta sessão especial do Congresso de Direitos Humanos da ONU, o arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé ante a ONU e ante outras organizações internacionais, fez um chamado ao organismo internacional para proteger a «liberdade de religião, de expressão de consciência, de culto privado e público e com relação às convicções religiosas dos crentes de todos os credos e dos não-crentes da mesma forma», no contexto de outros direitos humanos.
«Violações dos direitos dos fiéis, inclusive violência aberta contra eles, restrições públicas, imposições indevidas e perseguição, insultos públicos aos sentimentos religiosos, infelizmente persistem e pedimos um remédio», disse.

As democracias devem vigiar o modo de «estar ao lado do respeito de religiões concretas» em interesse de garantir os «direitos de liberdade religiosa e liberdade de expressão», acrescentou.
«Não se pode considerar a ridicularização do sagrado como um direito de liberdade», disse o arcebispo.
Instou o Conselho para que revise o respeito dos direitos humanos a todos os 191 estados membros da ONU e desenvolva «mecanismos ou instrumentos» que possam «defender a mensagem das comunidades religiosas da manipulação e possam evitar uma apresentação desrespeitosa de seus membros».

A Santa Sé, disse, vê evidencias de «fanatismo anti-religioso que denigra a religião ou, em geral, os fiéis de uma religião, atribuindo-lhes a responsabilidade de ações violentas feitas hoje ou no passado por alguns membros dessa religião».
O núncio vaticano disse que «a crítica legítima» de ações de alguns seguidores religiosos não deve converter-se em licença para «insultar ou difamar injustamente nem cair em brincadeiras ofensivas com suas pessoas, práticas, ritos ou símbolos».
A ofensa religiosa, especialmente quando se dirige a uma minoria em uma sociedade, é uma forma de coerção contra os fiéis que torna a profissão e a prática da religião mais difícil, acrescentou.
O arcebispo Tomasi disse que a Santa Sé vigiou a emergência no cenário mundial de «um aparente dilema entre o respeito devido às religiões e o direito à liberdade de expressão, como se fossem incompatíveis e se excluíssem mutuamente», acrescentando que estes valores são «complementares» e devem coexistir.
O respeito da dignidade da pessoa humana «implica respeito à sua liberdade em matéria religiosa para professar, praticar e manifestar publicamente a própria religião sem ser objeto de brincadeira, injúria, discriminação», constatou.

«O respeito dos direitos e dignidade de outros deveria marcar o limite de qualquer direito, inclusive o da liberdade de expressão e manifestação das próprias opiniões, inclusive as religiosas», disse o arcebispo Tomasi.
Reconhecendo os resultados trágicos do «fanatismo pseudo-religioso», o arcebispo sublinhou que a religião e a ciência estão entre os fatores sociais que «mais contribuíram para o progresso da humanidade através da promoção dos valores culturais, artísticos, sociais e humanitários».
«Qualquer religião que louve ou tolere a violência, intolerância e ódio se faz não merecedora desse nome», acrescentou.
«A dimensão religiosa da pessoa humana, sua atitude ante a transcendência e as conseqüentes exigências éticas», disse, «é uma referência básica da conduta pessoal e social.»
«As religiões podem oferecer, e, de fato, oferecem, uma sólida formação para a defesa dos valores da justiça pessoal e social, para o respeito dos outros e da natureza», indicou o núncio vaticano.
«Um estado realmente democrático valoriza a liberdade religiosa como um elemento fundamental do bem comum, merecedor de respeito e proteção, e cria as condições que permitem a seus cidadãos viver e atuar livremente», sublinhou o arcebispo Tomasi.
«Um enfoque completo que vê o respeito de religião enraizado na liberdade que cada pessoa humana tem direito de desfrutar, em um equilíbrio de direitos com os demais e com a sociedade, parece o caminho razoável a empreender», concluiu.

Laicismo, nova ameaça para liberdade religiosa
Congresso em Roma pelo XV aniversário da «Centesimus Annus»

ROMA, segunda-feira, 19 de março de 2007 (
ZENIT.org).- O caminho para a liberdade religiosa continua revelando-se especialmente acidentado, não só nos países comunistas ou ex-comunistas, mas também na Europa ocidental.
É o que destacou a conferência «The Religious Dimension of Human Freedom» (A dimensão religiosa da liberdade humana), organizada pelo Instituto Acton, em 14 de março, na Universidade Pontifícia Santa Cruz, de Roma.
Desde 2005, o Instituto Acton celebra o XV aniversário da «Centesimus Annus», a encíclica social marcadamente inovadora de João Paulo II, com um seminário de nove palestras dadas por autorizados especialistas em diversas disciplinas.
No discurso de introdução ao congresso, o Pe. Robert Sirico, presidente do Instituto Acton, sublinhou que «o erro fundamental do secularismo atual é a incapacidade para compreender a verdadeira essência da natureza humana».
«O Papa João Paulo II, na ‘Centesimus Annus’, já havia sublinhado a importância da liberdade religiosa como fonte de todas as demais liberdades», recordou.
«Bento XVI, por sua parte, quis distinguir duas formas de secularismo: o que, justamente, distingue a esfera religiosa do poder da civil, e o secularismo deteriorado que queria proibir todo símbolo religioso, negando de fato a liberdade religiosa», acrescentou.
Partindo dos documentos pontifícios, o cardeal Julian Herranz sublinhou que «a ‘Centesimus Annus’ se remonta, como se sabe, à encíclica ‘Rerum Novarum’ de 1891, na qual o Papa Leão XIII já havia recordado o dever moral dos estados nacionais de garantir a liberdade religiosa. É evidente, contudo, que tal liberdade foi negada em muitas circunstâncias no curso da história».
«É um tema que volta a ser de urgente atualidade, após a extensão do fundamentalismo religioso, em modo especial do terrorismo islâmico, mas também do fundamentalismo laicista tipicamente europeu», disse.
O cardeal Herranz evidenciou que «a liberdade de religião está em perigo não só na China ou nos países onde está vigente a lei islâmica, mas também na Europa, onde, em muitos países, o conceito de laicidade do estado foi equivocado e a liberdade religiosa foi interpretada como uma concessão, ao invés de como um direito a tutelar e promover».

Papa defende a colaboração Igreja-Estado, respeitando próprias competências
No discurso ao novo embaixador do Peru ante a Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 16 de março de 2007 (
ZENIT.org).- Segundo Bento XVI, a separação entre Igreja e Estado não implica relações de inimizade, mas de colaboração no respeito das competências específicas de cada um.
O Papa ilustrou a concepção da Igreja Católica sobre a laicidade, ao receber as cartas credenciais do novo embaixador do Peru ante a Santa Sé, Alfonso Rivero Monsalve.
«A Igreja, que reconhece ao Estado sua competência nas questões sociais, políticas e econômicas, assume como um dever próprio, derivado de sua missão evangelizadora, a salvaguarda e difusão da verdade sobre o ser humano, o sentido de sua vida e seu destino último que é Deus», declarou.
A Igreja, acrescentou, «é fonte de inspiração, a fim de que a dignidade da pessoa e da vida, desde sua concepção até seu término natural, seja reconhecida e protegida, como garante a Constituição Peruana».
«Por isso, seguirá colaborando de maneira leal e generosa na educação, na atenção à saúde e na ajuda aos mais pobres e necessitados.»
O bispo de Roma assegurou o apoio da Santa Sé a «todo o esforço social que já se leva a cabo, para que haja sempre igualdade de oportunidades e cada peruano se sinta respeitado em seus direitos inalienáveis».
«Por isso -- assegurou --, o Episcopado do Peru continuará fomentando, à luz do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja, a busca da verdade no campo familiar, trabalhista e sócio-político.»
«Por sua parte -- seguiu ilustrando o sucessor de São Pedro --, os católicos peruanos também estão chamados a ser fermento da mensagem cristã nas instituições sociais e na vida pública, para contribuir assim na construção de uma sociedade mais fraterna.»
«A Igreja, consciente de sua própria ‘missão religiosa e, por isso mesmo, sumamente humana’, assim como de seu dever de propor a verdade de todo homem, que por ser filho de Deus está dotado de uma dignidade superior e anterior a toda lei positiva, continuará trabalhando para alcançar esses objetivos», garantiu.
O Papa recordou que a Igreja «ensina também que só no respeito da lei moral, que defende e protege a dignidade da pessoa humana, pode-se construir a paz, favorecendo um progresso social estável».
«Por isso, é de desejar que continue a mútua colaboração entre o Estado e a Igreja no Peru, que até agora deu bons frutos», concluiu Bento XVI.


Vietname: governo prende padre incómodo

2007-02-22

Vietname: governo prende padre incómodo

O sacerdote vietnamita Nguyen Van Ly (na foto) foi preso pelo Governo do Vietname, sob a acusação de "não ter mostrado arrependimento desde a sua libertação". O Pe. Van Ly passou quatro anos na prisão, entre 2001 e 2005, por "actividades de sabotagem ao regime".

Conhecido defensor da liberdade religiosa e dos direitos humanos, este padre católico é um claro incómodo para o regime comunista do Vietname. Segundo a agência oficial "Vietnam News", a polícia "investigava actos ilegais de Ly". No acto da detenção, as autoridades apreenderam seis computadores e diversos documentos do sacerdote.

O Pe. Nguyen Van Ly, de 59 anos, esteve preso de 1983 a 1992, e foi novamente detido em 2001. Nessa ocasião foi condenado a 15 anos de prisão por, alegadamente, atentar contra a "unidade nacional". Há dois anos foi amnistiado.

Antes da sua detenção, em 2001, o sacerdote vietnamita tinha iniciado uma campanha para obter a liberdade religiosa no país, o que, a somar às suas críticas contra a violação de direitos humanos, lhe custou constantes pressões por parte do regime comunista.

No início deste mês, o governo do Vietname emitira uma declaração escrita a respeito das suas políticas religiosas, assegurando que todos os cidadãos têm o direito à liberdade de culto e de religião.

No passado dia 25 de Janeiro, o primeiro-ministro do Vietname, Nguyen Tan Dung, realizou uma visita inédita ao Vaticano. Essa foi a primeira vez que um chefe do governo de Hanoi se encontrou com o Papa para discutir a normalização das relações diplomáticas bilaterais, actualmente inexistentes.

Desde 2004 vigora no país a legislação sobre "Crenças e Organizações Religiosas", que bane as actividades religiosas não reconhecidas pelo Estado com base em critérios vagos de segurança nacional e exige aos líderes religiosos que sigam o princípio da "unidade nacional" e que eduquem os crentes sobre o patriotismo.

Vietname: Governo garante que respeita liberdade religiosa

2007-02-08

Vietname: Governo garante que respeita liberdade religiosa

O governo do Vietname emitiu uma declaração escrita a respeito das suas políticas religiosas, assegurando que todos os cidadãos têm o direito à liberdade de culto e de religião.

Nguyen The Doanh, chefe do Comité vietnamita para os assuntos religiosos, apresentou no início deste mês o documento "Religião e políticas sobre a religião no Vietname", em conferência de imprensa.

Doanh afirmou que o governo tem implementado, de forma consistente, uma política de unidade nacional "sem qualquer discriminação baseada na religião". Segundo este responsável, tem sido levado a cabo um "trabalho relevante" para ir ao encontro das necessidades espirituais dos crentes das várias confissões religiosas.

Apesar disso, Nguyen The Doanh admitu que, no passado, essas práticas não foram observadas (com casos relatados de vigilância e a perseguição aos grupos religiosos não reconhecidos pelas autoridades civis) devido a um entendimento "impróprio" das actividades religiosas por parte das autoridades locais.

No passado dia 25 de Janeiro, o primeiro-ministro do Vietname, Nguyen Tan Dung, realizou uma visita inédita ao Vaticano. Esta foi a primeira vez que um chefe do governo de Hanoi se encontrou com o Papa para discutir a normalização das relações diplomáticas bilaterais, actualmente inexistentes.

O governo vietnamita não permite que se nomeiem directamente Bispos, mas exige que a Santa Sé apresente alguns nomes entre os quais o governo elege o candidato que considera oportuno. As autoridades decidem também os candidatos aos seminários e à ordenação sacerdotal.

Segundo a Santa Sé, ao longo dos últimos anos "registaram-se progressos concretos, que abriram maiores espaços de liberdade religiosa para a Igreja Católica no Vietname".

Mais de 6 milhões de cristãos vivem no país asiático, com uma população de cerca de 80 milhões de pessoas. Neste país não existe presença estável de um Núncio Apostólico nem representante diplomático da Santa Sé.

Desde 2004 vigora no país a legislação sobre "Crenças e Organizações Religiosas", que bane as actividades religiosas não reconhecidas pelo Estado com base em critérios vagos de segurança nacional e exige aos líderes religiosos que sigam o princípio da "unidade nacional" e que eduquem os crentes sobre o patriotismo.

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